Governo João Doria admite usar hidroxicloroquina nos hospitais

João Doria disse na sexta-feira: "Não era com a cloroquina que poderíamos ter salvado 100 mil vidas".

OAB-AM pede a Dória que reconsidere e envie doses de Coronavac

Publicado em: 10/08/2020 às 16:15 | Atualizado em: 10/08/2020 às 16:15

O governo paulista de João Doria (PSDB) admitiu que adota a hidroxicloroquina no combate ao coronavírus (covid-19).  A manifestação veio nesse domingo (9).

Antes, porém, na sexta-feira (7), Doria voltou a desdenhar do uso do medicamento. “Não era com a cloroquina que poderíamos ter salvado 100 mil vidas”, disse em mais uma entrevista coletiva.  

No mesmo dia, contudo, Doria dizia que o isolamento social foi a medida mais eficaz no esforço para conter o número de mortes.  

A par disso, o jornalista Augusto Nunes, do R7, questionou quais teriam sido as outras medidas?

E prosseguiu: “Se a cloroquina não evitou um único óbito, é preciso explicar por que o medicamento foi utilizado no tratamento de pacientes internados em hospitais paulistas”. 

No site da secretaria da Saúde, entretanto, as páginas reservadas a informações sobre a pandemia trazem os esclarecimentos.

Conforme o site, entre março e maio, o governo estadual recebeu o medicamento do Ministério da Saúde. Foram 986 mil comprimidos de cloroquina difosfato 150 mg.  

Em 16 de junho, de acordo com o colunista do R7, data da última atualização do documento, restavam 40% desse total.   

Na mesma sexta, o jornalista questionou o destino de aproximadamente 600 mil comprimidos.

E o governo paulista, conforme Nunes, jura, entretanto, não ter usado. 

No domingo (9), porém, o Governo de São Paulo respondeu ao colunista. 

Disse que o governo já havia se manifestado publicamente sobre a atualização da cloroquina em 9 de abril de 2020.

Na ocasião, o doutor David Uip informou que o uso do fármaco foi sugestão dele ao então ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Uip era coordenador do centro de contingência para o coronavírus.

De acordo com Uip, a cloroquina poderia ser aplicada mediante receita médica e autorizada pelo paciente. “Desde então este tem sido o protocolo de utilização da droga na Rede de Saúde de São Paulo”, respondeu o estado.

“O Governo Federal disponibilizou 685 mil comprimidos de Cloroquina para o Estado de São Paulo através do Ministério da Saúde”, diz a nota.

 

Distribuição da hidroxicloroquina

Em seguida, esclarece a distribuição. “Deste total a Secretaria da Saúde já distribuiu 300 mil unidades para as Diretorias Regionais de Saúde”.

De acordo com a nota, “outros 385 mil comprimidos estão em estoque a disposição de todas as unidades hospitalares”.

Em suma, o governo paulista assume mesmo o uso do medicamento. “Havendo mais demanda dos médicos, o medicamento que está devidamente estocado será distribuído”.

 

Foto: Governo do Estado de São Paulo