Padre nega desvio de R$ 120 milhões de doações de fiéis para ostentação
Investigação apura se dinheiro doado foi usado na compra de fazendas e até casa na praia

Mariane Veiga
Publicado em: 23/08/2020 às 11:57 | Atualizado em: 23/08/2020 às 12:03
O padre Robson de Oliveira Pereira (46), investigado por suspeita de usar dinheiro de doações de fiéis para comprar uma casa na praia, fazendas e outros itens de luxo, gravou um vídeo em sua rede social negando qualquer crime.
Ele afirmou que se afastou da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que cuida do Santuário Basílica de Trindade, para colaborar com investigações do Ministério Público.
“O meu caminho nessa missão evangelizadora nunca foi fácil. Desde o início, como você bem sabe, sempre carreguei muitas cruzes”, disse.
Na sexta-feira (21), o Ministério Público (MP) realizou a Operação Vendilhões, que investiga o uso de R$ 120 milhões da associação para comprar diversos imóveis milionários.
Dessa forma, o padre Robson era o reitor da Afipe e pediu o afastamento no mesmo dia.
“Sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso, esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma”, disse o padre.
De acordo com o MP, a entidade presidida pelo padre recebia cerca de R$ 20 milhões em doações mensalmente e, em dez anos, chegou a movimentar R$ 2 bilhões.
O dinheiro seria usado, entre outras finalidades, para a construção da nova Basílica, orçada, inicialmente, em R$ 100 milhões.
A construção, que tinha previsão de entrega para 2022 e foi adiada para 2026, ainda está na fase de fundação.
Conforme apontam os promotores, Robson criou “várias associações com nome de fantasia Afipe ou similar, com a mesma finalidade, endereço e nome”.
Segundo o que foi apurado pelo MP, as filiadas da Afipe também são voltadas para a “evangelização por meio da TV, para obras sociais” e que, para esse fim, recebem doações de fiéis de todo o Brasil.
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Foto: Reprodução/Instagram