O presidente Jair Bolsonaro participou neste sábado (19) da abertura de uma convenção evangélica com a presença de aproximadamente 850 pessoas, segundo informações da organização.
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O País tem mais de 135 mil mortes pela covid-19 e quase 4,5 milhões de casos confirmados.
A convenção foi promovida pela Assembleia de Deus na Catedral Baleia, como é chamada a sede nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira, em Brasília.
A reunião era fechada ao público e à imprensa, e apenas pastores e obreiros da igreja puderam participar.
A abertura foi transmitida pela TV Brasil.
A catedral tem capacidade para até 4 mil pessoas sentadas.
Devido à pandemia, a organização restringiu a lotação a 1 mil pessoas, mas nem todos os inscritos compareceram.
Ainda segundo os organizadores, foram seguidas as normas fixadas pelo governo do Distrito Federal para eventos do tipo, inclusive com separação de assentos para manter o distanciamento social.
Pela transmissão, foi possível ver que o presidente estava de máscara, mas retirou a proteção em alguns momentos para tirar fotos e falar ao público presente.
Ele também trocou aperto de mãos com o anfitrião, o bispo Manoel Ferreira.
Um dia depois de dizer que o “fique em casa” pregado por especialistas como forma de conter o avanço da doença era “conversinha mole” e “para os fracos”, Bolsonaro disse que não poderia se “esconder num palácio” em meio à crise sanitária.
“Sempre me criticaram que eu devia ficar em casa. Não pode num momento difícil, que sua igreja pode atravessar um dia, ou que meu País pode atravessar um dia, eu me esconder num palácio. Eu sou igual a vocês: ou estou na frente e junto, ou não estou fazendo bom papel”, afirmou.
Em seu discurso, Bolsonaro voltou a dizer que o Brasil “foi o que melhor se saiu” na frente econômica durante a pandemia.
“Quis o destino também que na área de saúde, aos poucos, ao se deixar de politizar a única alternativa que nós tínhamos, começou-se a salvar mais vidas no Brasil também”, afirmou o presidente, sem citar a alternativa em questão.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro é defensor do uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com covid-19, apesar de o medicamento não ter eficácia comprovada contra a doença.
Perdão
A participação de Bolsonaro em um evento de igrejas evangélicas ocorre em meio à discussão sobre um perdão bilionário a dívidas tributárias de templos religiosos, como revelou Estadão/Broadcast.
A bancada evangélica é um importante pilar de sustentação política do governo.
Bolsonaro vetou uma parte do perdão aprovado pelo Congresso Nacional para evitar cometer crime de responsabilidade, passível de impeachment, já que esse trecho da lei ampliaria uma imunidade tributária sem respaldo na Constituição e sem prever no Orçamento a renúncia de receitas.
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Foto: acritica de campo grande