Polícia acabou com baile funk de menores de idade em galpão sem luz

Vídeo mostra alta presença de adolescentes no baile às escuras em Manaus. Eles cobram indenização dos prejuízos e organizadores prometem nova festa

Manaus Funk

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 21/10/2020 às 04:00 | Atualizado em: 20/10/2020 às 20:44

Que a presença de adolescentes na noite manauense é comum nas ocorrências policiais, isso toda Manaus acompanha. Agora, o que se viu na madrugada do último domingo (18) causou espanto em boa parte da sociedade local. Operação da Central Integrada de Fiscalização, do Governo do Estado, flagrou alto número de jovens, alguns até na pré-adolescência, em um galpão totalmente às escuras na casa de funk Baile R7.

Para a polícia, pois, uma festa clandestina, ilegal. Boa parte dos jovens era de menores de idade, consumindo bebida alcoólica vendida na festa, conforme flagrou a operação.

Além de favorecer a participação dos menores de idade em evento proibido, os responsáveis pelo funk causaram aglomeração. No mínimo, 600 pessoas estavam na festa. Com um detalhe: todas sem nenhuma preocupação em prevenir o coronavírus (covid-19).

Essa casa noturna, que fica à avenida Max Teixeira, no bairro Flores, na zona centro-sul da capital, ainda tentou atrapalhar o trabalho da operação, escondendo os jovens em área baldia.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), que coordena a fiscalização, o responsável pelo evento tentou enganar a operação forjando um cenário com apenas quatro pessoas. Antes, ao perceber a chegada da polícia, escondeu os jovens em um galpão sem iluminação. E os trancou a cadeado.

Para descobrir a ilegalidade, os policiais tiveram de arrombar a entrada. E só assim descobriram o grande número de adolescentes ainda consumindo bebidas, como se não tivessem noção do ato infracional.

 

O que dizem organizadores e funkeiros

 

 

 

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Bebidas por conta

Conforme os comentários na página dos organizadores do baile funk, a venda de bebidas alcoólicas a adolescentes no local é confirmada. Além disso, o direito a uma certa quantidade já era assegurado na compra do ingresso.

Jovens que estavam no local comentam que se sentiram lesados pelos realizadores da festa e reclamam por terem sido “presos” e “abandonados” no galpão escuro.

Em resposta, a organização do funk clandestino prometeu repetir a festa.

 

Veja o vídeo do funk às escuras

 

 

Fotos: Carlos Soares/Divulgação SSP-AM e reprodução de vídeo