Após ralho de Bolsonaro, Pazuello nega compra da vacina chinesa
O pronunciamento aconteceu depois de postagens do presidente, nas redes sociais, contrárias ao anúncio desta terça-feira (20)

Diamantino Junior
Publicado em: 21/10/2020 às 11:04 | Atualizado em: 21/10/2020 às 11:04
O Ministério da Saúde chamou a imprensa nesta quarta-feira (21), para negar que haja previsão de compra de vacina Coronavac contra a Covid-19.
O pronunciamento aconteceu depois de postagens do presidente Jair Bolsonaro, nas redes sociais, contrárias ao anúncio desta terça-feira (20).
A pasta informou que estaria negociando a aquisição de 46 milhões de doses com o Instituto Butantan – que firmou parceria com o laboratório Sinovac para a produção do imunizante.
Desmentido
“Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.
“Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo, ou seu governador, no sentido de aquisição de vacinas contra a covid-19”, enfatizou o segundo nome mais forte da pasta.
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“Qualquer vacina, quando estiver disponível, certificada pela Anvisa, e adquirida pelo Ministério da Saúde, poderá ser oferecida aos brasileiros por meio do Programa Nacional de Imunizações, e no que depender desta pasta, não será obrigatória”, concluiu Elcio Franco.
Compra de 46 milhões de doses
O anúncio da compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac foi feito pelo Ministério da Saúde, após a reunião que o ministro Eduardo Pazuello teve com governadores estaduais.
Em mensagem publicada em sua conta no Facebook nesta quarta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou uma justificativa para a decisão de o governo federal não comprar a vacina produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
“Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA”, escreveu Bolsonaro, se referindo à Coronavac como “a vacina chinesa de João Doria”.
Em fase final de testes e com baixos índices de efeitos adversos, a Coronavac ainda precisará ser devidamente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil