“Não é tão necessário”, diz Mourão sobre mostrar área com maior desmatamento
Ao lado do governador Wilson Lima, vice-presidente falou da atração de parceiros para explorar a biodiversidade e gerar emprego e renda

Israel Conte
Publicado em: 05/11/2020 às 06:26 | Atualizado em: 05/11/2020 às 06:31
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB) descartou o sobrevoo com embaixadores a regiões da Amazônia com maior concentração de focos de queimadas e desmatamento.
Mourão disse que a crítica situação do sul do Amazonas, em especial de Apuí e Lábrea, já foi exposta e que “levar in loco não é algo tão necessário”.
“Nós já expusemos de forma bem objetiva e clara para os nossos embaixadores essas questões da Amazônia onde temos maior problema com desmatamento e queimada. No caso específico da região de Apuí e Lábrea. Assim como buscamos sobrevoar a região da BR-163 que sofre do mesmo problema, não conseguimos porque havia uma cobertura de nuvem mesmo tendo voando baixo, mas o importante é deixar claro que a questão de levar in loco não é algo tão necessário assim”, declarou o vice-presidente depois da visita ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
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O presidente do Conselho da Amazônia chegou em Manaus nesta quarta-feira, dia 4, liderando uma comitiva internacional.
Um dos objetivos da viagem de três dias é melhorar a imagem do país no exterior. Nesse contexto, a imagem brasileira está desgastada pelos altos índices de queimadas e desmatamento na Amazônia
Com o governador
O governador Wilson Lima (PSC) acompanhou Mourão durante visita ao Censipam.
De acordo com Wilson, o diálogo com o Governo Federal tem sido essencial para que o Amazonas avance em temas como a regularização fundiária, o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) e o estímulo à bioeconomia, estratégias para manter a floresta em pé e gerar renda para a população.
“Nós precisamos proteger a floresta, os recursos naturais, disso nós não abrimos mão, mas também temos que proteger o povo da floresta, o cidadão. O CAR (Cadastro Ambiental Rural), por exemplo, para o qual nós temos um recurso alocado de cerca de R$ 30 milhões do Fundo Amazônia, vai ser fundamental para o pessoal da agricultura familiar, porque através desse cadastro ele vai conseguir suas licenças ambientais”, completou o governador.
Investimentos
O vice-presidente Hamilton Mourão também frisou o papel dos parceiros privados e governamentais no apoio às políticas de proteção à Amazônia, principalmente por meio da transferência de recursos a projetos prioritários.
“A nossa visão dentro do Conselho da Amazônia é atrair o parceiro privado para que ele, junto ao Governo do Estado, e o Governo do Estado é aquele que sabe quais são os projetos prioritários. Que ele invista naquilo que vai melhorar infraestrutura, oferecer maneiras de você explorar a biodiversidade, se traduzindo em bioeconomia, e consequentemente, gerando emprego e renda à população”, disse Mourão.
Agenda
Hoje, as autoridades visitam o laboratório modelo de investigação de crimes ambientais, na Superintendência da Polícia Federal, no Dom Pedro I, e o Projeto Integrado de Colonização Bela Vista, em Iranduba.
A agenda inclui, ainda, viagem a Maturacá e São Gabriel da Cachoeira, na sexta-feira, dia 6, onde as autoridades visitam o 5º Pelotão de Fronteira, a 2ª Brigada de Infantaria de Selva e a Casa de Apoio à Saúde Indígena.
Fotos: Reprodução Facebook e Secom