Governo do AM contesta prefeito de Manaus sobre mortes por coronavírus

O Governo do Estado do Amazonas afirmou nesta sexta-feira (20) que os dados sobre o coronavírus (covid-19), incluindo número de mortos e sepultamentos no Amazonas, divulgados nos boletins diários da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), são fornecidos pelos próprios municípios.

Conforme a comunicação do governo, o esclarecimento é em resposta a uma declaração do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), contestando o número de sepultamentos por coronavírus na capital.

Na manhã desta sexta-feira (20), o prefeito de Manaus comentou sobre sepultamentos de vítimas do coronavírus no último dia 19 (quinta-feira).

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Conforme o prefeito, são “mentirosas” as informações sobre sepultamentos por coronavírus realizados na capital ontem (19).

De acordo com a Semulsp, secretaria de limpeza urbana da Prefeitura de Manaus que administra os cemitérios públicos, o dia 19 teve 50 sepultamentos.

Embora não tenha afirmado quantos desses enterros foram de vítimas do coronavírus, o prefeito afirmou que foram muito mais do que os cinco casos divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).

“Ontem foram 50 sepultamentos em Manaus e mentirosamente disseram que foram apenas cinco de covid-19, entre cemitérios públicos e privados. Não é verdade. A gente sabe que é muito pior”.

Secretário reafirma transparência

O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campelo, reafirmou o compromisso com a transparência e lembrou que o Amazonas mantém, desde o mês de julho, o primeiro lugar no quesito pela organização Open Knowledge Brasil (OKBR), que avalia quinzenalmente os estados.

As secretarias municipais de saúde das capitais também são avaliadas pela organização e Manaus  registra o primeiro lugar em transparência nessa categoria.

Prefeituras que informam os dados não a FVS

Conforme a FVS, os dados que alimentam os boletins estaduais e os sistemas do Ministério da Saúde são informados pelas prefeituras.

O boletim é construído com as informações disponibilizadas diariamente pelas prefeituras municipais, todos os dias da semana, incluindo fins de semana e feriados.

Em Manaus, os dados divulgados pela FVS também podem ser consultados no endereço https://covid19.manaus.am.gov.br/monitoramento/

De acordo com o governo, a consolidação dos casos e óbitos de coronavírus  publicados no Amazonas é realizada pela FVS-AM a partir de informações obtidas nos sistemas de informações do Ministério da Saúde alimentados pelos municípios:

• e-SUS Notifica
• Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe)
• sistema de informações de mortalidade e o Gerenciador de Ambiente Laboratorial, todos alimentados pelos municípios.

Os dados de sepultamentos, que também são divulgados pelo Governo do Estado nos boletins diários de covid-19 são fornecidos diariamente pela Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) órgão da prefeitura de Manaus responsável pela administração dos cemitérios na capital.

Boletim da prefeitura de Manaus

Na quinta-feira (19), o boletim da Semulsp informou 50 sepultamentos nos cemitérios públicos e privados de Manaus, sendo 48 do próprio município e doi de municípios do interior.

Destes, cinco apresentaram declaração de óbito ou registro em cartório, tendo covid-19 como causa básica do óbito.

Os demais apresentam doenças cardíacas, causas oncológicas, causas externas, dentre outras, como causa básica.

A diretora-presidente da FVS, Rosemary Pinto, ressalta que os dados epidemiológicos divulgados em seus boletins diários são passíveis de revisão e isso tem acontecido todos os dias à medida que  novas informações cheguem dos municípios.

A diretora lembrou que a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) investigou 654 óbitos suspeitos de covid-19, ocorridos no pico da pandemia, entre abril e maio, dos quais 346 foram reclassificados nos sistemas de informações oficiais e inseridos nos boletins da FVS.

Segundo Rosemary, o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) é de responsabilidade dos municípios. “Manaus é uma das poucas capitais do país que não oferece o serviço.

Foto: Divulgação/Semcom