A epidemia do coronavírus (covid-19) no Amazonas está estável, mas em patamares elevados para os índices de mortes e contaminações.
Isso é o que afirma o Governo do Estado, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) nesta sexta (20). O órgão apresentou análise ampliada dos indicadores da doença, comparando o comportamento dos casos dos últimos dois meses.
Para a diretora-presidente da FVS, Rosemary Pinto, a manutenção de índices elevados de mortes e contaminados pode ser resultado do descuido da população com a prevenção.
“O que se percebe é a banalização da doença. Há um descaso com a prevenção à covid-19, mas todo dia há registro de óbitos de infectados pelo novo coronavírus”.
Aglomerações em eventos recreativos e as campanhas eleitorais são dois outros possíveis motivos desse cenário negativo do coronavírus. Quem os aponta é Daniel Barros, chefe setorial da FVS.
“Infelizmente, esse tipo de aglomeração se tornou frequente mesmo diante das recomendações sanitárias de manter o distanciamento social”.
Leia mais
Mortos e contaminados
Sobre os novos casos de pessoas contaminadas pelo vírus, há aumento de 5% da semana 36 (30 de agosto a 5 de setembro) para a 46 (8 a 14 de novembro). Na capital, o aumento foi de 3% e, no interior, o aumento foi de 29%.
Embora aponte os municípios de Santa Isabel do Rio Negro, Apuí e Anori como os que tiveram maior número de casos, é um dado prejudicado nos boletins da FVS. E a causa é a frequente e crescente falta de informações por parte das prefeituras municipais. Falha que se acentuou no período de campanha eleitoral.
De acordo com a FVS, há aumento de mortes pelo coronavírus nesse período em Manaus, mas também no interior do estado.
Até 14 de novembro eram 4.693 vítimas, sendo 64% na capital.
Leia mais
Hospitalização em alta
Conforme a FVS, até este dia 14 foram registradas 13.859 hospitalizações por pacientes com coronavírus.
Embora cite que houve aumento na ocupação de leitos, a FVS não fornece números comparativos. Limitou-se a dizer que houve mais internações em setembro, na capital.
Segundo o órgão, a ocupação de leitos de UTI cresceu mais desde a segunda quinzena de setembro, “mantendo-se elevada até o dia 14 de novembro”.
Para os leitos de UTI, portanto, são mandados os pacientes em estado mais grave da doença.
De cada 100 pessoas contaminadas pelo vírus no Amazonas, três (2,8%) morrem, em média.
Contudo, em cidades como Manaus, essa taxa de letalidade evolui para cinco (4,5%), segundo a FVS.
A taxa de mortalidade, calculada sobre as mortes por grupo de 100 mil habitantes, era de 115 vítimas no estado até o último dia 14.
Nesse item, os municípios com as maiores taxas são Manacapuru (170 óbitos/100 mil habitantes) e Tefé (161).
Foto: Girlene Medeiros/Secom