Militares da Aeronáutica continuam a extrair granito de uma área indígena, no Amazonas, para reformar pista de pouso em Iauaretê . O aeródromo, de dois quilômetros, fica na Terra Indígena Alto Rio Negro , na fronteira com a Colômbia.
De acordo com reportagem do Intercept Brasil, a extração da pedra brita se arrasta desde 2005. Atravessou, portanto, todo o governo do PT, do MDB de Michel Temer, e está no de Jair Bolsonaro.
A pedra brita, material mais durável, substitui o asfalto por concreto. A extração é feita por militares da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica, a Comara , próximo da pista. A Comara é quem administra o local.
Conforme a reportagem, não é incomum as Forças Armadas explorarem minas para obras, principalmente em regiões afastadas.
No entanto, não há qualquer registro dessa extração na Agência Nacional de Mineração , a ANM, órgão que regula a atividade.
Além disso, a Constituição proíbe a mineração em terras indígenas. Ou seja, a mina que alimenta as obras do aeroporto na cidade de São Gabriel da Cachoeira é clandestina e ilegal.
A região da Terra Indígena Alto Rio Negro é conhecida como “Cabeça do Cachorro” por causa do formato da linha da fronteira.
O território tem cerca de 80 mil km² — cinco vezes a cidade de São Paulo — e abriga mais de 26 mil indígenas de 22 etnias.
A assessoria de imprensa da Aeronáutica confirmou a existência da mina – sem explicar, no entanto, como explora um local que tem a mineração proibida.
Em nota, enviada em 12 de novembro, o órgão informou que o granito extraído da mina é utilizado exclusivamente na produção de brita da reforma da pista, que já gastou R$ 63 milhões em 15 anos.
Com informações do Intercept Brasil
Fotos: CB Silva Lopes/divulgação