Empresa finlandesa da ZFM troca óleo diesel pelo gás em usina
Além da diminuição do impacto ambiental da unidade, a usina também passará por uma melhoria de desempenho, com o aumento da capacidade de geração dos 85 megawatts (MW) atuais para 91 MW

Diamantino Junior
Publicado em: 29/12/2020 às 10:02 | Atualizado em: 29/12/2020 às 10:02
A companhia finlandesa Wärtsilä fechou um contrato com a Geradora de Energia do Amazonas (Gera) para converter a usina térmica a óleo diesel Ponta Negra, em Manaus, para passar a operar a gás natural.
Além da diminuição do impacto ambiental da unidade, a usina também passará por uma melhoria de desempenho, com o aumento da capacidade de geração dos 85 megawatts (MW) atuais para 91 MW.
A conversão começa em maio de 2021 e será finalizada em 2022.
Leia mais
Usina Termelétrica entra em operação em Eirunepé com o triplo da capacidade
“Essa tendência vai acontecer no mercado brasileiro, que tem um número de usinas a óleo muito grande. Não podemos desconectar essas usinas da rede, então existe uma oportunidade interessante para a conversão para gás natural. É um mercado novo que está se formando”, diz o presidente da Wärtsilä Brasil, Jorge Alcaide.
A UTE Ponta Negra está em operação desde 2006 e a Wärtsilä é responsável pela operação e manutenção da unidade há 12 anos.
De acordo com a Gera, a expectativa é que a conversão ajude na renovação do contrato de fornecimento de energia atual.
Este ano a Wärtsilä também tinha fechado contrato para converter outra térmica em Manaus, a UTE Manauara, para a operação a gás natural.
De acordo com Alcaide, o movimento está ligado à tentativa das empresas de se tornarem mais eficientes para competir em futuros leilões.
A previsão é que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faça um leilão exclusivo para térmicas no próximo ano, após o cancelamento de dois certames nesse molde em abril devido à pandemia de covid-19.
“São ativos depreciados, que já se pagaram e que vão competir dois passos à frente dos projetos novos. As unidades estão 2/2 novas, pois não operavam na base do sistema e foram usadas somente quando houve necessidade”, afirma Alcaide.
Ao todo, após passar a operar a gás natural, as emissões da térmica Ponta Negra vão se reduzir em 35 mil de toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente por ano.
Alcaide explica que a escolha por atuar no mercado de gás natural está em linha com a visão da Wärtsilä para a transição para uma economia de baixo carbono.
“As energias renováveis vão ter um novo papel na entrega de energia elétrica, mas trazem o desafio da intermitência, que tem que ser minimizado com fontes que estejam sempre disponíveis. Nossa estratégia é apoiar o crescimento das renováveis sabendo que podemos auxiliar com o fornecimento de energia a gás”, diz o executivo.
Leia mais no Valor
Foto: Divulgação