PT diz que contrapartida de Rossi é com pedidos de impeachment
O PT decidiu apoiar candidato do MDB à presidência da Câmara após votação entre petistas que terminou em 27 a 23.

Publicado em: 05/01/2021 às 20:54 | Atualizado em: 05/01/2021 às 20:54
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (foto), falou em entrevista ao Congresso em Foco sobre os motivos que levaram o partido a apoiar Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara.
De acordo com ela, ainda que não haja menções claras no documento escrito pela oposição, as análises de impeachment continuam sendo cobradas pelo grupo de partidos que apoia o deputado do MDB.
No acordo, entretanto, o PT e os demais partidos de oposição impõem uma agenda de compromissos em contraposição ao governo, conforme Carta Capital.
Nessa agenda constam aumentar o número de beneficiários no Bolsa Família e ou manter o auxílio emergencial. Tem ainda, na nota do PT, o compromisso com Baleia Rossi da geração de emprego e o fim do arrocho salarial entre outros.
“Ele está lá no [ponto da carta] 3.6. Têm de ser analisados os mecanismos previstos na Constituição que podem refrear as investidas do governo e que possam ser mecanismos de controle, como as CPIs, decretos legislativos, convocação de ministros e inclusive a avaliação dos processos por crime de responsabilidade de omissão ou ação sobre o povo que recaiam sobre membros do Executivo, aí está incluído o impeachment”, disse Gleisi na entrevista ao Congresso em Foco.
Apoio apertado
O PT decidiu por uma margem apertada, de 27 a 23 a votos, endossar a candidatura de Baleia Rossi à presidência da Câmara. Gleisi, que foi um dos 27 votos pela aliança com Baleia, minimizou a divisão na sigla e disse ao site que todos da bancada estão unidos contra Arthur Lira (PP-AL).
“A maioria que falou pela defesa da candidatura própria, falou se comprometendo em estar com Baleia no segundo turno, queria uma candidatura de primeiro turno, mas todos contra a candidatura de Bolsonaro.”
Ela completou: “O que estava em discussão era o momento, se era agora ou se era mais à frente. Nós avaliamos que mais à frente nós podíamos perder espaços de força nesse sentido, que era melhor a gente fazer um compromisso agora, ter uma pauta agora para poder negociar e garantir muitas coisas”.
Leia a entrevista e Gleisi no Congresso em Foco
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado/arquivo