Deputado sugere ao Amazonas adesão a consórcio do Nordeste para comprar vacina
O grupo planeja a compra da vacina russa Sputnik, que aguarda liberação da Anvisa

Mariane Veiga
Publicado em: 27/01/2021 às 14:43 | Atualizado em: 27/01/2021 às 17:25
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) sugeriu hoje (27) que o Governo do Amazonas inicie diálogo para integrar o consórcio de governadores do Nordeste para compra de vacina contra o coronavírus (covid). Esse grupo planeja a compra da vacina russa Sputnik, que aguarda liberação da Anvisa.
Segundo o deputado, a ideia do consórcio é garantir 50 milhões de doses para uso emergencial nos nove estados da região.
“Os laboratórios estão dizendo que não conversam com a iniciativa privada, cabe então aos governadores. Faço essa sugestão a todos os governadores do Norte, os do Nordeste já se organizaram, precisamos conversar com o governador da Bahia, do Piauí, de Pernambuco, com eles que foram tão solidários conosco recebendo os nosso pacientes, para ver como está a aquisição da vacina para acelerarmos o nosso entendimento para participarmos de ações como o consórcio Nordeste. Tendo a vacina nós temos a estrutura para vacinar”, sugeriu Serafim.
Além da capital, o Amazonas sofre com a segunda onda da doença também nos demais 61 municípios do estado.
“Nós estamos em um momento em que nós precisamos ter a vacina. Nós [Brasil] temos hoje de 10 a 12 milhões de vacinas, mas precisamos de 300 milhões de vacinas para poder imunizar 150 milhões de habitantes. Se nós conseguirmos esse número será muito bom, mas para isso entendo que novos atores têm que entrar na disputa internacional”, avalia o deputado.
Enfrentamento pandemia
Para o parlamentar, a trajetória do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, com declarações que negavam a gravidade do vírus, chegando ao ponto de usar de ironia com o número de mortos pela doença no país, refletem agora na dificuldade do país em conseguir insumos e fechar acordos para a compra de vacina.
“O Brasil, por uma série de fatores, por equívocos, não fechou negócio quando deveria fechar. Brigou com todo mundo, brigou com a China, com a União Europeia, com os Estados Unidos, agora, depois de fazer uma campanha contra a vacina, de estabelecer que vacina era uma briga entre o presidente da República (Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo (João Dória), o governo federal volta atrás e tenta ser proativo, mas a verdade é que ele dinamitou pontes, ele construiu muros, que dificultam essa contratação”, analisou Serafim.
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Foto: Reprodução/Reuters