Vítima do coronavírus (covid-19), morreu aos 86 anos Aruká Juma, o último homem de sua etnia. Os Juma eram, até a década de 1960, mais de 10 mil, mas uma série de massacres dizimou este povo. Aruká é um dos mais de 960 índios que morreram após a contaminação pelo vírus.
“O vírus foi levado de fora para dentro porque não há barreira sanitária e barreira de controle”, afirma a historiadora Neidinha Bandeira.
De acordo com Neidinha, também é um desafio levar vacinas e alimentos aos índios de uma aldeia Uru-Eu-Wau-Wau, povo irmão dos Juma.
Segundo a historiadora, grileiros fecharam a passagem que dá acesso à Terra Indígena e o grupo de atendimento teve que ser escoltado por policiais.
Ela também conta o que será das tradições da etnia após a morte de Aruká. “Diante da ameaça de extinção, os herdeiros se autodeterminaram Juma Uru-Eu-Wau-Wau. Ele passou adiante essa ideia de residência, de que o povo não pode deixar de existir”.
Já a sanitarista Sofia Mendonça destaca que nem 30% dos índios que vivem em aldeias foram vacinados, mesmo estando entre os grupos prioritários.
“Falta comunicação correta e há muitas fake news, principalmente entre os jovens”, afirmou.
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Foto: Reprodução/Amazônia.org