Para prevenção à Covid-19, foram entregues 35.961 kits de higiene, acompanhados de 433 totens para álcool em gel, em comunidades de 98 povos indígenas da Amazônia Brasileira.
As localidades ficam nas regiões do Alto Rio Negro, Alto Rio Solimões, Alto Rio Purus, Yanomami, Leste de Roraima e a bacia do Guamá/Tocantins, no Pará.
Essas ações fazem parte do projeto Apoio para os Povos Indígenas da Amazônia brasileira na prevenção à COVID-19. Portanto, são resultado da colaboração entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Além disso, também contam com o apoio do Escritório de Assistência a Desastres da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (OFDA/USAID).
Os kits contendo hipoclorito de sódio, barras de sabão, escovas e pastas de dente, máscaras, detergentes e sabonetes, beneficiaram mais de 30 mil famílias.
Objetivo
O objetivo do projeto é que, até o fim de março de 2021, mais de 55 mil kits sejam distribuídos em comunidades indígenas do Acre, Roraima, Amazonas, Pará e Amapá.
Dessa forma servirão para apoiar as estratégias de prevenção dos povos indígenas e mitigar os impactos da Covid-19.
“Nós estamos muito preocupadas em salvar vidas! Todas as doações que estamos recebendo, buscamos destinar para os territórios e povos indígenas que se encontram em situação de vulnerabilidade, ou seja, menos assistidos, acometidos pela Covid-19 e suas sequelas, e suscetíveis à contaminação do vírus”, salienta Maria Cordeiro. Ela é gerente de projetos da COIAB.
Thiago Garcia, coordenador técnico do projeto OFDA pelo Unicef, esclarece que a distribuição dos kits é realizada pelo Unicef, em parceria com a Coiab e organizações indígenas locais. As entidades mapearam famílias em situação de vulnerabilidade e mobilizaram parceiros locais para garantir o alcance do maior número de comunidades indígenas.
“Além dos kits e materiais informativos, estão sendo enviados também totens para álcool em gel que estão sendo instalados nas sedes das organizações indígenas, casas de saúde indígena, escolas, centros comunitários e locais com maior circulação de indígenas nos municípios de referência”, explica.
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Curso Bem Viver: Saúde Mental
A outra ação do projeto é o curso Bem Viver: Saúde Mental indígena pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).
O curso de formação é gratuito, virtual e terá seis módulos, abrangendo aspectos relacionados à saúde mental e fatores psicossociais que já eram enfrentados pelas populações.
Além disso, o curso abordará temas relacionados à proteção de crianças e adolescentes e enfrentamento a diferentes formas de violência.
O conteúdo pode ser acessado via plataforma EAD da Fiocruz. A interação entre alunos e professores ocorrerá por meio da rede social WhatsApp.
A formação, pela Fiocruz Amazônia, é voltada para pessoas que estão diretamente envolvidas na promoção dos direitos das populações indígenas. Por exemplo, profissionais ligados à saúde, à educação e aos sistemas de proteção social (conselheiros tutelares, assistentes sociais e psicólogos).
As inscrições para o curso estarão abertas, até 25 de fevereiro de 2021, pelo link: https://campusvirtual.fiocruz.br/gestordecursos/hotsite/bemviversaudeindigena.
Os cursistas que concluírem todos os módulos terão acesso ao certificado.
Covid-19 e povos indígenas
A partir de dados de organizações indígenas, com base em boletins e notas da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), a COIAB estima que, até o momento, a Covid-19 atingiu 144 povos indígenas da Amazônia Brasileira.
As últimas informações, que foram divulgadas no dia 17 de fevereiro de 2021, apresenta 747 casos suspeitos, 34.824 casos confirmados . Além disso, já são 788 falecimentos em decorrência do novo coronavírus.
Foto: Myrian Pereira/ Divulgação