Dieese aponta perda de 4,4 milhões de empregos durante Lava Jato
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) fez a pesquisa encomendada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Publicado em: 16/03/2021 às 21:27 | Atualizado em: 17/03/2021 às 10:16
Estudo que analisa o impacto da operação Lava Jato para a economia brasileira aponta que R$ 172,2 bilhões deixaram de ser investidos no país de 2014 e 2017.
A pesquisa foi feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), e encomendada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Os resultados foram divulgados em apresentação virtual nesta terça-feira (16) e publicado pelo Poder360.
O estudo completo será publicado em livro, lançado pela CUT, previsto para o fim de abril. Leia aqui a íntegra da apresentação.
O levantamento do Dieese foca na Petrobrás e no setor da construção, ao fazer um mapeamento de obras afetadas na construção civil e de valores não investidos pela estatal.
Como resultado, cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho foram perdidos no país de 2014 a 2017, como consequência da operação.
Do total, 1,1 milhão são do setor da construção civil.
Além das cadeias produtivas de petróleo e gás e da construção civil, a operação afetou indiretamente outros segmentos da economia, apontou a pesquisa.
A perda de investimentos foi estimada em 3,6% do PIB de 2014 a 2017.
A Lava Jato também impactou na arrecadação de impostos. De acordo com o estudo, R$ 47,4 bilhões em impostos diretos deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos.
Visão da CUT
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, as ações da Lava Jato eram “espetaculosas” e expunham o nome das empresas.
“Tanto a Petrobrás como o setor de construção foram dizimados pela Lava Jato. Quem comete crime são as pessoas. As empresas e os empregos têm que ser preservados”, afirmou.
Nobre disse que entregará cópias do estudo aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Defendeu uma investigação sobre as pessoas que atuaram na operação, para apurar supostos interesses de empresas estrangeiras na quebra das companhias nacionais.
A reportagem não ouviu representante da força-tarefa da Lava Jato.
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Foto: reprodução/vermelho.org