Amazonas passa do colapso para a queda de mortes por covid-19
โTeoricamente hรก a chance de uma terceira onda, caso surja uma nova variante nas quais nรฃo haja uma cobertura efetiva pela vacina", aponta infectologista

Ednilson Maciel, da Redaรงรฃo do BNC AMAZONAS
Publicado em: 04/04/2021 ร s 11:16 | Atualizado em: 05/04/2021 ร s 19:55
O Amazonas passa do colapso para a queda de mortes por coronavรญrus (covid-19). A primeira questรฃo a se levar em conta รฉ que o estado foi o primeiro a ter aceleraรงรฃo de casos na segunda onda.
Na ocasiรฃo, com alta explosiva no inรญcio de janeiro, quando o estado chegou a ter mais de 250 pacientes internados por dia, aponta reportagem do Uol.
Com isso, sem medidas de isolamento, e com as festas de fim de ano, a ainda desconhecida nova variante, a P.1, muito mais transmissรญvel, se aproveitou da movimentaรงรฃo de pessoas e se espalhou.
Com o vรญrus mais transmissรญvel e sem barreira imunolรณgica, grande parte da cidade adoeceu em um curto espaรงo de tempo.
“Com essa nova variante, aumentou muito a populaรงรฃo suscetรญvel, o que gerou um adoecimento massa. Essa queda agora tem a ver com esse alto nรบmero de pessoas que adoeceram nesse curto perรญodo”, confirma o infectologista Bernardino Clรกudio de Albuquerque, professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e pesquisador da Fiocruz (Fundaรงรฃo Oswaldo Cruz) Amazรดnia.
Outro ponto que ele considera fundamental รฉ que, apรณs o colapso hospitalar, o estado adotou medidas mais fortes de restriรงรฃo ร circulaรงรฃo de pessoas, com a proibiรงรฃo ร circulaรงรฃo de pessoas nas ruas.
“Essas medidas nรฃo farmacolรณgicas ajudaram a reduzir a circulaรงรฃo do vรญrus e tambรฉm contribuรญram para essa queda agora”, aponta.
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Adoecimento em massa
Para o Felipe Naveca, virologista e pesquisador da Fiocruz Amazรดnia, o adoecimento em massa deixou o coronavรญrus com menos chance de conseguir infectar pessoas no estado por conta da imunidade temporรกria gerada pelos casos em segunda onda.
“Quando vocรช tem um grande pico, como houve aqui, a tendรชncia รฉ de diminuiรงรฃo โe foi o que aconteceu. Provavelmente isso veio de um esgotamento de suscetรญveis, aliado ร s medidas de distanciamento, que fizeram diminuir a taxa de transmissรฃo e, consequentemente, o nรบmero de casos novos”, afirma.
Ainda nรฃo hรก no estado resultado finalizado de inquรฉrito epidemiolรณgico que aponte qual percentual da populaรงรฃo adoeceu nessa segunda onda.
Terceira onda
Apesar de acreditar num percentual alto de contaminados nos primeiros meses do ano, Bernardino diz que a baixa de casos e mortes, nรฃo รฉ possรญvel relaxar.
โTeoricamente hรก a chance de uma terceira onda, caso surja uma nova variante nas quais nรฃo haja uma cobertura efetiva pela vacina. Isso traria a possibilidade, sim, de ter uma nova alta epidรชmica. Mas a nossa esperanรงa รฉ a vacinaรงรฃo, mas infelizmente ela nรฃo estรก na velocidade adequadaโ, disse Bernardino Clรกudio de Albuquerque, infectologista e professor da Ufam.
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Foto: Diego Peres/ Secom