Migração de linhas de produção da LG de SP ao AM é oportunidade maior
Movimento deve ser visto pelos dirigentes da ZFM e do próprio governo do Estado como case para atrair novos investidores

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/04/2021 às 08:09 | Atualizado em: 29/12/2021 às 21:02
A decisão da multinacional LG de migrar suas linhas de produção de monitores, notebooks e desktops de Taubaté (SP) para Manaus não pode ser vista como fato isolado.
Mais que isso. Deve ser vista como oportunidade de negócio ao Estado.
A observação é do ex-secretário de Planejamento do Amazonas Jorge Nascimento Júnior. Hoje ele preside a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), entidade que representa as mais importantes empresas do setor eletroeletrônico e eletrodoméstico do país.
Para ele, a migração dessas bases fabris da LG são uma demonstração do vigor da política fiscal nacional e estadual que mantém a indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM).
“A LG está ampliando sua base no Amazonas não por acaso, mas porque o estado oferece as melhores condições tributárias, garantidas na Constituição”, comenta Jorge Júnior.
Ele diz, por exemplo, que a LG poderia levar outra linha de produção, também encerrada em Taubaté, e que só não o fez porque não há incentivo fiscal para o setor na ZFM.
Trata-se da fabricação de máquinas de lavar roupas.
“Como não tem incentivo para produção no Amazonas, a LG só está levando o que tem incentivo”, observou.
Para ele, esse movimento dever ser visto pelos dirigentes da ZFM e do próprio governo do Estado como case para atrair novos investidores.
“É pegar e sair mostrando que a ZFM é um bom negócio e tem segurança jurídica”, ressalta, lembrando que a política fiscal da ZFM tem garantia constitucional.
Fator SP
Jorge Júnior avalia que essa migração da LG para o Amazonas pode ter relação com os cortes de incentivos fiscais que São Paulo fez no governo João Dória.
“O governo paulista está procurando outra forma de tornar o estado atrativo. Está investindo em infraestrutura, por exemplo”, acrescentou, informando:
“Mas, nesse movimento, as empresas estão buscando competitividade. E isso o Amazonas tem a oferecer em incentivos com ICMS e com cesta fiscal do governo federal”, destacou.
Outros movimentos
O presidente da Eletros observa ainda que o deslocamento da LG para o Amazonas segue o rumo tomado por outras marcas.
Por exemplo, ele cita a Mondial, que comprou a Sony e vai fabricar ar-condicionados, TVs e microondas em Manaus.
Cita também o caso da Positivo que nos últimos meses ampliou seus negócios no Amazonas e da gigante da ZFM Samsung, que ano passado aprovou mais projetos na Suframa e produtos de bem de informática.
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Foto: BNC Amazonas