Demitida médica da paciente que morreu após teste com cloroquina em Manaus

Caso aconteceu na maternidade Dona Lindu, em Manaus. Médica usou protocolo de tratamento clandestino da covid, não autorizado pelo estado

15/04/2021 10:31

A médica ginecologista Michelle Chechter foi demitida pela Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas. Conforme o jornal Correio Braziliense, ela é a responsável pela nebulização com hidroxicloroquina em paciente de covid (coronavírus) que foi à morte em Manaus.

Essa paciente estava internada na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu, onde foi submetida ao tratamento clandestino, já que não faz parte do protocolo da unidade hospitalar.

A médica demitida, portanto, é investigada pela morte que pode ter sido causada pelo “tratamento precoce”.

Conforme a notícia, a mulher morreu após a nebulização com cloroquina e dar à luz. O bebê sobreviveu.

Segundo informou a pasta, o tratamento não faz parte dos protocolos terapêuticos da maternidade. “Nem de outra unidade da rede estadual de saúde, ainda que com o consentimento de pacientes ou de seus familiares”.

A morte da paciente ocorreu em fevereiro, mas somente agora foi tornada pública.

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Seguidora do método

Michelle já é conhecida no Brasil por ministrar a nebulização com cloroquina. Em vídeo de fevereiro, compartilhado até pelo ministro Onyx Lorenzoni, a médica aplica a droga em paciente.

Nesse ato, chega a induzir a paciente a dizer que o método funciona.

Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já concluiu que o remédio contra malária não serve para “tratamento precoce” da covid. Além disso, já fez alertas de que o uso da cloroquina pode causar efeitos adversos graves, podendo levar à morte.

De acordo com o Governo do Amazonas, a médica não avisou do uso do método.

Só no Rio Grande do Sul, três pacientes que passaram pela nebulização com hidroxicloroquina morreram em março.

Apesar disso, Michelle mostra em seus perfis na internet que é apoiadora do “tratamento precoce” da cloroquina. Além disso, ela é apoiadora declarada do presidente da República, o maior defensor do uso de drogas sem comprovação científica de eficácia contra o vírus da covid.

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