Demência e dependência máxima, sequelas crescentes do coronavírus

Para além da cura do coronavírus, sequelas deixam desafio e exigem a criação de unidades de atendimento e reabilitação pós-alta

sintoma coronavírus - Foto Agência Brasil

Mariane Veiga

Publicado em: 20/04/2021 às 09:54 | Atualizado em: 20/04/2021 às 10:12

A geriatra Claudia Burlá escreveu artigo que traduz o cenário enfrentado por pacientes que sobreviveram à covid-19 (cornavírus). De acordo com ela, demência e dependência máxima são algumas das sequelas graves enfrentadas por uma parcela dos infectados.

Referência no campo dos cuidados paliativos, a médica ressalta que a doença é relativamente branda para 80% dos que são infectados, mas que, entre os 20% que apresentam complicações, uma parcela significativa terá sequelas que podem ser bastante graves.

“Muitos pacientes recebem alta com fraqueza muscular severa depois de um longo período acamados. Não há remédio para isso, o tratamento é treinamento funcional e alimentação. Pessoas que eram saudáveis estão agora numa situação de máxima dependência. Além de reaprender a andar, outros também têm que reaprender a comer e até respirar, necessitando de muita fisioterapia e fonoterapia. São fatores que podem levar à deterioração da saúde e a novas internações num prazo de 90 dias”, explica.

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Outro aspecto inquietante é o declínio cognitivo abrupto depois da covid, afirma a geriatra.

“Indivíduos que não tinham comprometimento cognitivo aparente passaram a apresentar sinais de demência. E quem já tinha demência enfrenta um quadro galopante de declínio. Quando o paciente tem demência pela Doença de Alzheimer, essa queda se dá progressivamente ao longo do tempo, o que permite um planejamento terapêutico. Com a Covid, a aceleração do processo pega a família de surpresa”, analisa.

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Foto: Agência Brasil