Cúpula do PMDB reinava no esquema de propinas de Angra 3

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 19/07/2017 às 16:39 | Atualizado em: 19/07/2017 às 16:39

Relatório da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontou indícios de corrupção passiva por parte do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro; do ministro da Corte Aroldo Cedraz; do filho dele – o advogado Tiago Cedraz; e dos senadores da foto Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR)  e Edison Lobão (PMDB-MA), em esquema para favorecer a empreiteira UTC nas obras da usina de Angra 3.

O G1 entrou em contato com a assessoria dos ministros do TCU e aguardava uma resposta até a última atualização desta reportagem.

A assessoria de Renan e a defesa de Lobão e Jucá negaram envolvimento dos políticos .

A PF enviou relatório no começo do mês passado, assinado pela delegada Graziela Machado da Costa e Silva.

O material já está sob análise da Procuradoria Geral da República (PGR), a quem cabe decidir se denuncia ou não os suspeitos.

Só em caso de denúncia aceita pela Justiça os investigados viram réus.

O caso está sendo investigado desde junho de 2015 e tem como base a delação premiada do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa.

Ele relatou aos investigadores que recebeu um pedido de dinheiro de Tiago Cedraz.

O empreiteiro disse ainda que Cedraz deixou “antever que a importância solicitada, no valor de R$ 1 milhão, seria ao ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União, relator do processo de Angra 3 no TCU”.

Outros delatores da Lava Jato – da Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht – confirmaram o esquema e envolveram também Aroldo Cedraz.

Na delação, Ricardo Pessoa afirmou que, após o pagamento de R$ 1 milhão a Tiago Cedraz, não houve problema com o contrato de Angra 3 no TCU. Nas palavras dele, “tudo fluiu”.

No relatório, a PF também aponta telefonemas em meio ao processo sobre a usina de Angra 3 que, segundo o documento, demonstra o tráfico de influência de Tiago Cedraz no tribunal de contas.

Além disso, os senadores envolvidos atuaram em defesa das empresas em troca de vantagens indevidas, segundo a Polícia Federal.

A delegada afirmou que os políticos aceitaram valores “pelo simples fato de serem integrantes da cúpula do partido que controlava o Ministério de Minas e Energia, com influência suficiente para interferir negativa ou positivamente na contratação ou execução de contratos firmados naquela seara”.

Fonte: G1

 

Fotomontagem: Política site