O secretário de Educação de Manaus (Semed ), Pauderney Avelino, disse hoje (27) que recebeu ameaças do empresário Cyro Batará Anunciação. Este é dono de empresas do grupo Diário do Amazonas.
Conforme o ex-deputado federal, as ameaças em forma de recados intimidatórios começaram após revogação de contrato.
Por causa dessas ameaças, vai fazer uma queixa-crime na Justiça contra Cyro Batará (na foto, à esq. ) . Além disso, vai registrar um boletim de ocorrência na polícia.
A empresa Amazonas Produtora Cinematográfica Ltda., de Cyro Batará, teria vencido pregão no final do ano passado, no apagar do mandato de Arthur Virgílio Neto (PSDB). Tal contrato era para prestação de serviço de mídia, no valor de R$ 63,2 milhões, fechado por R$ 19 milhões.
O caso é analisado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Recentemente, uma representação foi admitida no órgão para averiguar irregularidades nesse contrato.
Tratou-se de medida anunciada pelo novo prefeito, David Almeida (Avante), antes mesmo de assumir o mandato. Ele, portanto, afirmou que ia rever todas as contratações firmadas por Arthur Neto no final da gestão.
E, como consequência, o contrato a empresa de Cyro Batará foi rescindido.
De acordo com Pauderney, o mesmo serviço é prestado pela Secretaria de Educação do Governo do Estado, a Seduc, a custo zero para a prefeitura.
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Ameaça presencial
Em entrevista à imprensa, o secretário afirmou que foi procurado por Cyro Batará. Ele buscava que a prefeitura revalidasse o pregão e, dessa forma, ter acesso ao valor do contrato.
Segundo Pauderney, consultada a Procuradoria-Geral do Município, o prefeito decidiu que o contrato estava encerrado de vez. Foi a partir daí, ao comunicar a decisão ao empresário, que passou a receber os recados ameaçadores.
Houve ainda, conforme o secretário, uma decisão judicial que mandava suspender o pregão. Contudo, a comissão de licitação de Arthur Neto não obedeceu.
Além dos recados, Pauderney disse que Cyro Batará colocou os jornais e redes sociais do grupo Diário do Amazonas atacá-lo.
Os impressos, portanto, deram duas manchetes de capa, “em letras garrafais”, afirmou o secretário.
Na primeira, a Semed era acusada de pagar R$ 7,9 milhões por serviço de transporte escolar que não foi usado. Segundo o secretário, tratou-se de uma fake news (notícia falsa) porque o que foi pago a empresas do setor foram R$ 926 mil.
A outra manchete foi referente à compra de revistas para programa de leitura escolar de 2013, na passagem anterior de Pauderney pela Semed.
Foto: Reprodução/Facebook