Estratégia de Pazuello gerou falta de vacinas, diz ministro da Saúde

Dois dias antes de sair do cargo, general Eduardo Pazuello deu ordem para que os estados não estocassem vacinas para a segunda dose

Primeira instância Pazuello volta ao AM para tratar da crise com governador e prefeitos

Ferreira Gabriel

Publicado em: 02/05/2021 às 13:58 | Atualizado em: 02/05/2021 às 13:59

As mudanças na estratégia da vacinação contra a Covid-19 colaboraram para a falta de vacinas em vários estados brasileiros. O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga fez a afirmação.

Em suma, na última semana, pelo menos oito capitais do país pararam a imunização por falta de doses.

Em fevereiro, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, orientou as prefeituras a usar todo o estoque de imunizantes. A estratégia era garantir a primeira dose sem se preocupar com a segunda dose.

Dessa forma, Pazuello dizia que “com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação”.

Dias depois, o Ministério da Saúde voltou atrás. Dessa forma, orientou os estados e municípios reservar a segunda dose da vacina CoronaVac, que tem um intervalo entre doses de 28 dias.

Um mês depois, o Ministério da Saúde autorizou que todas as vacinas armazenadas pelos estados e municípios para garantir a 2ª dose fossem utilizadas imediatamente como 1ª dose.

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Motivo da falta de vacinas

O Ministério da Saúde não seguiu a recomendação dos especialistas. Em suma, se determina guardar vacinas com prazo de validade relativamente curto e que exigem duas doses.

Quando o general Eduardo Pazuello era ministro da Saúde, ele orientou as prefeituras a usar todo o estoque. A ideia era garantir a primeira dose sem se preocupar com a segunda dose.

Portanto, o ex-ministro dizia que “com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação”.

Em 21 de março, dois dias antes de Pazuello deixar o cargo, a Secretaria de Vigilância em Saúde, o órgão do Ministério da Saúde responsável pela campanha de vacinação, autorizou o uso imediato, para primeira dose, de todo o estoque de vacinas armazenadas pelos estados para a segunda aplicação.

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Foto: Dhyeizo Lemos/Semcom