‘Capitã Cloroquina’ disseminou ‘kit covid’ no AM, diz secretário da Saúde
Numa live, no dia 04 de janeiro, Mayra Pinheiro defendeu que o estado tinha histórico do uso da cloroquina para malária

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 12/05/2021 às 06:55 | Atualizado em: 12/05/2021 às 16:11
Secretária do ex-ministro Eduardo Pazuello, Mayra Pinheiro, a “Capitã Cloroquina”, disseminou cloroquina em Manaus. Foi no início do ano, no auge da segunda onda da covid (coronavírus).
Isso é o que revela hoje (12) a coluna “Painel”, da Folha de São Paulo, com detalhes como funcionou a operação.
O processo está no Ministério Público Federal no Amazonas (MPF). Nele, um dos secretários do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Netto, confirma a denúncia.
Além disso, Angotti Neto revelou que sua pasta custeou as viagens de médicos à capital do Amazonas.
Segundo ele, em Manaus houve a pressão aos profissionais locais a receitar remédios sem eficácia para a covid-19 a pedido da colega Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”.
De acordo com a coluna Painel da Folha de São Paulo, Mayra é objeto de requerimentos de convocação por parte de senadores da CPI da Covid.
“Ela pediu ajuda, ‘olha, ajuda a gente a mobilizar para levar alguns voluntários para que a gente possa fazer uma prospecção lá’”, disse Angotti em depoimento dado em março.
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Voluntários
No depoimento, ele afirmou que a programação das visitas era atribuição da pauta de Mayra e que entendeu que se tratava de uma “prospecção junto à atenção primária à saúde.”
Angotti afirmou também que houve um esforço cooperativo para promover a viagem de voluntários ao Amazonas.
“Voluntários que, do que eu lembro da programação preparada para eles, a programação não foi a gente que preparou, a gente só ajudou na parte logística, nesse esforço cooperativo, ela incluía a busca de informações na atenção primária à saúde, que é o grande gargalo”, disse Angotti.
O Painel revelou que Mayra, secretária de Gestão do Trabalho, enviou ofício à prefeitura de Manaus em janeiro afirmando ser inadmissível que medicações do chamado “tratamento precoce”, como cloroquina e ivermectina, não estivessem sendo administradas.
A coluna também revelou que ela organizou essa comitiva formada por ao menos 11 médicos de seis estados para fazer a ronda pró-kit covid nas UBSs em janeiro, quando a capital amazonense atravessava colapso.
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Foto: Anderson Riedel/PR