Firme e esclarecedor ou cheio de mentiras e omissões. Os senadores divergiram na avaliação do depoimento do general Eduardo Pazuello à CPI da Covid-19.
O ex-ministro da Saúde compareceu por dois dias seguidos à comissão, na quarta (19) e nesta quinta-feira (20).
O depoimento de Eduardo Pazuello foi marcado por mentira, imprecisão e omissão. Dessa forma avalia o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Foi, de acordo com o senador, “o negacionismo do negacionismo, como se fosse possível negar aquelas coisas que foram documentadas, testemunhadas, confessadas e postadas”.
Segundo Renan, a CPI está trabalhando para encontrar responsabilidades e entender o que poderia ter sido feito para “evitar esse morticínio”.
O senador também lamentou a falta de respostas a questões como a defesa da cloroquina pelo governo federal e a demora na resposta às ofertas de vacinas da Pfizer.
Para Renan, é difícil considerar uma possível acareação entre Pazuello e representantes do governo ou de empresas. De acordo com ele, seriam necessárias “14 ou mais acareações” para esclarecer as divergências.
Na opinião do vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Pazuello poderia ter colaborado mais.
Para o senador, Pazuello corre o risco de ser indiciado pelo crime de homicídio culposo e pelo crime contra a ordem sanitária.
O ex-ministro foi alertado por Randolfe sobre a possibilidade de ser abandonado por aqueles que hoje o defendem.
O senador declarou que o depoimento do general foi um exercício de contorcionismo de fatos, com várias imprecisões.
“Não o culpo por isso. O habeas corpus na verdade era pra proteger o presidente da República”, declarou Randolfe.
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Mas o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou que o depoimento de Pazuello foi esclarecedor e que o ex-ministro não se furtou a responder nenhuma pergunta.
Na mesma linha, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que Pazuello foi seguro, firme e sincero. Além disso, destacou o fato de o ex-ministro não ter ficado em silêncio, mesmo com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Marcos Rogério, o depoimento afastou “toda a narrativa da oposição”, que já teria uma conclusão pronta. Marcos Rogério ainda disse que Renan Calheiros se mostra mais “um advogado de acusação do que um relator”.
Fonte: Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado