Desemprego bate maior taxa em nove anos da série histórica, aponta IBGE
Cerca de 14,8 milhões de pessoas estavam na fila por uma vaga de trabalho no primeiro trimestre do ano

Diamantino Junior
Publicado em: 27/05/2021 às 15:25 | Atualizado em: 27/05/2021 às 15:42
Cerca de 14,8 milhões de pessoas foram atingidas pelo desemprego no primeiro trimestre do ano. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, divulgada nesta quinta-feira.
No trimestre encerrado em março, a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,7%. É a maior taxa para a série histórica, iniciada em 2012.
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O número de desalentados, ou seja, trabalhadores que nem sequer buscavam uma vaga por não acreditarem ou estarem impossibilitados de procurar emprego, também é o maior da série histórica: foram 6 milhões de brasileiros.
Impactos da pandemia
Em março do ano passado, quando o país sentiu os primeiros impactos pela pandemia, a taxa de desemprego estava em 12,2%.
Já no trimestre imediatamente anterior – encerrado em dezembro – a taxa estava 13,9%. Houve um incremento de 880 mil pessoas à população desocupada nos últimos três meses, o que reduziu para 48,4% ponto percentual o nível de ocupação.
Isso significa que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
Mercado de trabalho em crise
Adriana Beringuy, analista da pesquisa, avalia que este primeiro trimestre pode ser considerado o pior momento para o mercado de trabalho desde o início da pandemia.
Além do início de ano tradicionalmente ter um aumento da desocupação, com o fim de trabalhos temporários, houve uma piora da crise sanitária que dificulta a retomada do emprego, explica:
“Há algumas deficiências no mercado que já vem de outros anos, e essas fragilidades estruturais são carregadas pela crise que o mercado de trabalho está vivendo”, comentou Beringuy, ao observar que os impactos da pandemia ficaram visíveis no mercado de trabalho no final de março do ano passado.
O IBGE também divulgou a pesquisa da Pnad Contínua trimestral, que traz recortes sobre regiões, estados e regiões metropolitanas.
As regiões Norte e Nordeste tiveram grande influência sobre o desemprego: as taxas nas regiões subiram de 12,4% para 14,8%, no primeiro trimestre de 2021, e 17,2% para 18,6%, respectivamente.
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Foto: Reprodução/Agência Brasil