Pazuello obrigou soldado negro a puxar carroça no lugar de cavalo, diz jornal

Atualmente, o ex-ministro da Saúde é alvo de denúncia por ter participado de manifestação política ao lado do presidente Jair Bolsonaro

Pazuello sabia da falta de oxigênio no AM quando lançou o TrateCov

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 30/05/2021 às 15:44 | Atualizado em: 31/05/2021 às 07:56

O general da ativa Eduardo Pazuello já esteve no centro de outra investigação por conta de sua conduta. Atualmente, o ex-ministro da Saúde é alvo de denúncia na Procuradoria Militar por ter participado de manifestação política ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (30) destaca que o ex-ministro da Saúde obrigou um soldado negro de 19 anos a substituir um cavalo e puxar uma carroça. Pazuello comandava o Depósito Central de Munições do Exército, em Pacarambi (RJ), em 2005.

Segundo o Estadão, Pazuello considerou que dois soldados estavam conduzindo uma carroça em alta velocidade e, assim, maltratando o animal.

O então tenente-coronel Eduardo Pazuello mandou parar, desatrelar o animal. Em seguida, determinou que um deles, Carlos Vítor de Souza Chagas, um jovem negro e evangélico de 19 anos, substituísse o cavalo.

O soldado teve de puxar a carroça com o outro soldado em cima, enquanto o quartel assistia à cena, às gargalhadas, narra o repórter Marcelo Godoy.

O ex-soldado disse ao repórter que fora escolhido por um tenente para ajudar um colega a carregar uma banheira na carroça.

“Ele não tinha como pegar sozinho”, afirmou. Foi quando Pazuello apareceu. “Eu não estava pilotando o cavalo, estava na carroça. Quem estava era o outro garoto.” Mas foi ele o escolhido para o castigo por Pazuello.

Chagas afirmou que acredita ter sido vítima de racismo. “Pelo meu tio eu botava para frente (na Justiça), mas eu dei mais ouvido ao meu pai, que é evangélico, por medo de represália. Isso aí agora está nas mãos de Deus, Ele é o Senhor de todas as coisas.”

Além disso, o Estadão conta que o ex-ministro ganhou fama de duro entre os subordinados quando estava na 1ª Região Militar. 

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Foto: Agência Senado