Eduardo Braga pode reforçar grupo governista na CPI, diz colunista

Comportamento do senador do MDB na CPI da covid, poupando Bolsonaro e atacando o governador do Amazonas, revelaria tendência bolsonarista e abandono do G7

Eduardo Braga

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 12/06/2021 às 09:51 | Atualizado em: 12/06/2021 às 09:51

O chamado G7, formado pelos sete senadores independentes e de oposição ao governo Bolsonaro na CPI da covid, pode sofrer uma dissidência. Trata-se de Eduardo Braga (MDB-AM) que, na visão dos governistas, vem se aproximando do grupo.

É o que apurou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, para quem os apoiadores de Bolsonaro avaliam que Braga começa a dar sinais de um alinhamento maior ao grupo.

“Essa percepção já é compartilhada até mesmo por integrantes do G7, grupo majoritário de senadores independentes e de oposição ao qual Braga, em tese, ainda faz parte”, disse o colunista.

A assessoria de imprensa do senador informou que não procede o que foi divulgado pela coluna, ou seja, ele continua no grupo majoritário do colegiado.

O colunista diz ter ouvido tanto governistas quanto integrantes do G7 que perceberam sinal de mudança da postura do senador na sessão da última quinta-feira (10).

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Ideia rejeitada

Nela, o senador emedebista defendeu que os colegas governistas também pudessem enviar perguntas para a médica Ludhmila Hajjar, que não aceitou suceder a Eduardo Pazuello na pasta da Saúde, responder em vídeo ou por escrito.

“Meu querido relator, eu poderia fazer uma ponderação para tentar fazer um equilíbrio? Eu acho que é importante ter o depoimento, mas é preciso, colher informações de ambas as correntes”, propôs Braga na ocasião.

“Até então, a ideia do relator da CPI da covid, Renan Calheiros (MDB-AL), era que a médica respondesse perguntas só dele. A proposta de depoimento a distância, porém, acabou sendo rejeitada”, diz o texto do colunista.

Em suma, houve o entendimento de que buscar a maior participação de todos os parlamentares no depoimento de Ludhmila Hajjar foi outro sinal de alinhamento ao grupo governista.

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Bolsonaro poupado

Anteriormente, o senador do MDB já havia sido percebido com tendências bolsonaristas.

Suas intervenções na CPI são ácidas contra o governador do Amazonas, mas muito suaves ou até mesmo inexistentes quanto a Bolsonaro.

Nem mesmo quando é atacado pelo presidente da República, como no recente episódio dos ataques criminosos em Manaus, Eduardo Braga reage.

É um comportamento totalmente inverso ao do outro senador amazonense na CPI, o presidente Omar Aziz (PSD).

Conforme o meio político, essa atitude de Braga tem a ver com suas pretensões de voltar ao Governo do Estado em 2022. É um desejo que alimenta desde 2014, mas vem colecionando fracassos nas urnas a partir da derrota para José Melo.

Foto: Reprodução/Facebook