Mantida pelo STF quebra de sigilos de Pazuello e ‘Capitã Cloroquina’

Ministros do Supremo ratificaram ainda a quebra de sigilos do ex-ministro Ernesto Araújo, conforme determinado pela CPI da covid

Quebra de sigilos

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 13/06/2021 às 11:28 | Atualizado em: 13/06/2021 às 11:28

Por decisão de Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, o STF negou pedidos e manteve quebra de sigilos telefônico e telemático. Assim sendo, os ministros avalizam medida determinada pela CPI da covid para os ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello e das Relações Exteriores Ernesto Araújo. A decisão alcança ainda a secretária do ministério Mayra Pinheiro, a conhecida “Capitã Cloroquina”.

Conforme os magistrados, a quebra de sigilos é importante para o curso das investigações da comissão.

Portanto, descartaram o argumento da defesa dos investigados de que as quebras seriam abusivas ou ilegais.

Como recomendação, Lewandowski ressalva que a CPI mantenha em sigilo informações e imagens relativas à vida privada de Pazuello e Mayra.

Moraes teve entendimento diferente. Para ele, no caso de Araújo, direitos individuais não servem de escudo para prática ilícitas. E nem como argumento para diminuir a responsabilidade política, civil ou penal por eventuais atos criminosos. 

Dessa forma, disse entender ser possível afastar a proteção constitucional ao sigilo dos dados.

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CPI vê caminho certo

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, as decisões indicam que a comissão, sobretudo, “está no caminho certo”. 

De acordo com ele, essa quebra de sigilos vai ajudar a desvendar quem lucrou com as mais de 480 mil vidas perdidas até aqui.

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Manaus cobaia da cloroquina

Conforme apura a CPI, Manaus foi usada por Pazuello e sua “Capitã Cloroquina” como cobaia para uso da cloroquina.

Ela chegou, inclusive, a enviar mensagem à Prefeitura de Manaus, no ápice da segunda onda da covid, afirmando que seria “inadmissível” a não utilização do “tratamento precoce” com cloroquina e ivermectina.

Além da secretária do Ministério da Saúde, que continua no cargo, são alvos da quebra de sigilos Carlos Wizard e Paolo Zanotto.

Estes são apontados como integrantes do “gabinete paralelo”. Conforme o senador Alessandro Vieira, Wizard era “mais do que um mero conselheiro” de Pazuello.

De acordo com ele, há “indícios de que o empresário tenha mobilizado recursos financeiros para fortalecer a aceitação das medidas que Bolsonaro julga adequadas.

Zanotto, por sua vez, em reunião com Bolsonaro, recomendou “tomar um extremo cuidado” com o uso de vacinas. Foi ele que sugeriu a Arthur Weintraub, ex-assessor do presidente da República, a formação de um shadow cabinet (gabinete das sombras).

Fonte: Agência Senado

Foto: Reprodução/site Amazônia Real