Operação das Forças Armadas contra o desmatamento foca Apuí e Lábrea

Trata-se de uma GLO mais focalizada do que a Operação Verde 2 e que buscará mais integração com as equipes do Ibama e do ICMBio

Operação das Forças Armadas contra o desmatamento foca Apuí e Lábrea

Publicado em: 14/06/2021 às 07:46 | Atualizado em: 14/06/2021 às 07:51

A nova operação de Garantia da Lei e da Ordem na Amazônia legal terá como foco dois municípios do Amazonas, Apuí e Lábrea, três no Pará Novo Progresso, Altamira e Paraopebas; Colniza, no Mato Grosso, e o entorno de duas capitais, Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).

A ação terá R$ 10 milhões a menos do que a última, finda em 30 de abril deste ano, e se iniciará num momento de agravamento da seca e, consequentemente, dos incêndios na região, e coincide com o duplo cerco policial e judicial do Ministério do Meio Ambiente.

Tem tudo, portanto, para dar errado.

Contra o descrédito generalizado, o vice-presidente da República e presidente do Conselho da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, faz duas apostas.

Trata-se de uma GLO mais focalizada do que a Operação Verde 2 e que buscará mais integração com as equipes do Ibama e do ICMBio, com quem se reunirá nesta quarta-feira. (16).

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Por mais integrados que estejam, no entanto, os técnicos das agências continuam sob o chapéu do ministro Ricardo Salles.

“Vamos nos concentrar numa área menor no intuito de conter o desmatamento em terras devolutas, que respondem por 70% dos crimes ambientais”, diz o vice-presidente.

A área a ser focalizada é o “Arco da Humanização”, como ele chama a região da Amazônia Legal, já ocupada.

Sobre a crítica de que houve pouca integração entre agentes do Ibama e do ICMBio, que preconizam ações permanentes baseadas no uso intensivo de tecnologia, e a operação temporária de embarcações e aeronaves militares, Mourão disse que as dificuldades de interação com a Pasta de Ricardo Salles, à qual as agências estão subordinadas, de fato, prejudicaram a efetividade da GLO.

“Eles praticamente não compareciam às operações. São agências que estão sob o chapéu do Ministério do Meio Ambiente”, diz. Desta vez, Mourão pretende contornar essas dificuldades a partir de uma reunião a ser realizada nesta quarta-feira. Ainda não foi definida a data de início da nova GLO que, a exemplo da “Operação Verde 2” terá duração de dois meses.

A nova GLO da Amazônia acontece ainda num momento de conflito entre o crime organizado e as milícias infiltradas nas polícias amazonenses, deflagrado pelos ataques, uma semana atrás, de delegacias e ônibus em Manaus.

Ambientalistas temem a atuação conjunta na fronteira de traficantes e madeireiros.

O vice-presidente, porém, negou a aproximação dos dois mundos do crime na Amazônia Legal.

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Foto: Divulgação