Ianomâmis estão há mais de mês sob ataques de garimpeiros ilegais
As invasões de garimpeiros às reservas indígenas se intensificaram sob o mandato do presidente Jair Bolsonaro

Ferreira Gabriel
Publicado em: 28/06/2021 às 10:48 | Atualizado em: 28/06/2021 às 10:48
De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), as ameaças e violências contra a região de Palimiú, na Terra Indígena Ianomâmi, já dura mais de um mês.
Desde 10 de maio, tem ocorido sucessivos ataques com tiros e bombas de gás. A organização sem fins lucrativos denuncia que, até agora, “as comunidades não receberam qualquer proteção do Estado”.
A mineração é ilegal na Terra Indígena, mas os garimpeiros sempre encontraram formas para contornar isso.
No dia seguinte ao primeiro ataque de maio, uma equipe da Polícia Federal (PF) viajou para Palimiú em um pequeno avião, e juntou-se a Junior Hekukari, que chefia o conselho local de saúde indígena.
Ao sair da área, Hekukari avistou alguns barcos com os motores desligados e imaginou que eles estavam tentando se esconder.
“Os agentes gritaram: polícia, polícia”, conta Hekukari. “Mas não pararam. Não tinham respeito”.
Os policiais reagiram e houve um intenso tiroteio. O grupo saiu cinco minutos depois e ninguém se feriu.
Quando Hekukari relatou o que havia acontecido, o líder indígena Dario Kopenawa ficou pasmo. Se até mesmo a polícia estava sendo atacada, ninguém do seu povo estava seguro.
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Garimpeiros encorajados por Bolsonaro
As invasões de garimpeiros às reservas indígenas se intensificaram sob o mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro já expressou diversas vezes seus planos para abrir parte dessas áreas protegidas para a mineração e agricultura.
O Instituto Socioambiental (ISA) estima que haja cerca de 20 mil garimpeiros somente em território Ianomâmi.
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Foto: Chico Batata / Greenpeace