Exibindo ciúmes e ressentimentos, o presidente da República, Jair Bolsonaro, usou redes sociais para tentar desmerecer o peso dos protestos no país deste sábado (3). Do mesmo jeito que fez com as manifestações anteriores, de 29 de maio e 19 de junho.
A opinião é do colunista Leonardo Sakamoto, no UOL.
Conforme o artigo, Bolsonaro faz esses ataques porque não consegue hoje, acuado por denúncias de corrupção e na mira de impeachment e investigação, juntar a mesma quantidade de gente em manifestações a seu favor. Por exemplo, nas batizadas de”Eu Autorizo, presidente”.
“Bolsonaro não está em seus melhores dias”, escreve Sakamoto.
Segundo ele, Bolsonaro apela às carreatas e passeios com motos para dar volume nas fotos. Além disso, doura tudo com fake news (notícias falsas). Por exemplo, sites bolsonaristas divulgaram que 1,3 milhão de motociclistas passearam com ele em São Paulo. Contudo, pedágio da rodovia dos Bandeirantes registrou 6.661 veículos.
Bolsonaro usa igual estratégia nas viagens de pré-campanha à reeleição. Foi assim, recentemente, na inauguração de pinguela em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
Deve ser por isso que o chefe do Planalto investiu contra os protestos deste sábado. Afinal, a participação de brasileiros é superior à sua rejeição nas pesquisas de opinião e também mais numerosa que os eventos da claque presidencial.
Desvio de foco
Em uma tentativa de desmerecer a força das ruas . Ele, dessa forma, perdeu tempo tentando jogar à enorme manifestação em São Paulo o caráter de desordem.
Usou para isso “atos de meia dúzia de celerados, como o ataque bisonho a manifestantes do PSDB ou a depredação de patrimônio público e privado”.
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Participação nas ruas cresce
Em síntese, Sakamoto avalia que as imagens de cada vez mais gente nas ruas só contribuem para atrair maior participação popular. Vide os casos que resultaram nos impeachments de Fernando Collor e Dilma Rousseff.
“Agora, é Bolsonaro que começa a ficar acuado. E quando está acuado, ele mostra garras. O odor que exala não é de coragem, mas de medo”.
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Foto: BNC Amazonas