População culpa Bolsonaro pela má gestão da pandemia, diz pesquisa

De acordo com Datafolha, a atuação de Bolsonaro no combate à covid-19 é ruim ou péssima para 56% dos entrevistados, um crescimento de cinco pontos percentuais com relação ao levantamento anterior, em 11 e 12 de maio

Publicado em: 09/07/2021 às 16:56 | Atualizado em: 09/07/2021 às 16:56

A avaliação da população sobre o desempenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no controle da pandemia do coronavírus piorou, assim como cresceu a percepção de que ele é o principal culpado pela situação em que o país se encontra, com mais de 530 mil mortos.

As duas conclusões são da pesquisa do Datafolha realizada quarta-feira (07) e quinta-feira (8), com 2.074 pessoas em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

De acordo com o instituto, a atuação de Bolsonaro no combate à covid-19 é ruim ou péssima para 56% da população entrevistada, um crescimento de cinco pontos percentuais com relação ao levantamento anterior, em 11 e 12 de maio.

É um aumento fora da margem de erro, portanto, e o maior número aferido pelo Datafolha desde o início da pandemia, em março do ano passado.

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Houve também uma queda nos que consideram o desempenho do presidente regular na gestão da pandemia, de 27% para 21%.

Avaliam esse trabalho de Bolsonaro como ótimo ou bom 22% dos entrevistados, uma situação de estabilidade com relação à pesquisa anterior, quando 21% tinham essa opinião.

O intervalo entre as duas pesquisas foi marcado pela intensificação do trabalho da CPI da covid no Senado e pelas revelações de suspeitas de corrupção na aquisição de vacinas contra a doença.

Conforme revelou a Folha, o servidor do Ministério da Saúde Luis Miranda relatou ter havido pressões para a compra da vacina indiana Covaxin a preços maiores do que de outros laboratórios.

Além disso, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti relatou à Folha ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de um servidor da Saúde, para vender vacinas do laboratório AstraZeneca.

Os dois casos foram bastante explorados pelos senadores que integram a comissão e causaram abalo no discurso anticorrupção de Bolsonaro, bastante explorado por ele na eleição presidencial de 2018.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil