PT quer deixar de lado tema ‘corrupção’ na campanha de Lula em 2022

Atingido nos últimos anos por escândalos como mensalão e petrolão, o PT deve ter atitude mais reativa, respondendo se provocado

Ferreira Gabriel

Publicado em: 11/07/2021 às 09:21 | Atualizado em: 11/07/2021 às 09:21

O PT prefere deixar em segundo plano a discussão sobre corrupção na eleição presidencial de 2022, em que provavelmente terá Luiz Inácio Lula da Silva como candidato.

O partido se sente mais confiante em tratar do tema após a série de vitórias sobre a Lava Jato. No entanto, deve ser muito explorado por adversários pois sabem que é sensível.

Na campanha, a tendência é confinar a corrupção ao papel de coadjuvante no arsenal de Lula contra o presidente Jair Bolsonaro, bem atrás das discussões sobre pandemia, economia e ataques às instituições.

Atingido nos últimos anos por escândalos como mensalão e petrolão, o PT deve ter atitude mais reativa, respondendo se provocado.

“Esse tema certamente será usado pelos nossos adversários. Queremos fazer um debate sobre a verdade. Já vencemos na Justiça e estamos vencendo na política”, diz a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

Além da anulação da condenação de Lula no caso do tríplex de Guarujá e da parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, o partido conta a seu favor a absolvição no chamado “quadrilhão do PT”.

“Nossa proposição maior é discutir a vida do povo, como tirar o país dessa crise, melhorar a renda, retomar a soberania nacional. Não nos furtaremos a fazer o debate da corrupção, mas queremos mostrar como esse tema foi utilizado numa estratégia de perseguição política”, afirma Gleisi.

Segundo dirigentes do partido, acusações contra Bolsonaro, como as “rachadinhas” e as suspeitas sobre compra de vacinas, devem ser abordadas de forma cautelosa na campanha.

Petistas dizem também que é urgente uma autocrítica sobre corrupção –não a cobrada por adversários, reconhecendo envolvimento com desvios, mas um mea culpa do partido por ter explorado muito agressivamente o tema no passado.

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