O vice-presidente Hamilton Mourão aproveitou a viagem oficial a Angola para intervir na gestão da crise envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus no país. Segundo disse Mourão ao jornal O Estado de São Paulo, a missão foi confiada a ele pelo presidente Jair Bolsonaro.
Mourão embarcou para Angola na última quarta-feira (14), para uma viagem de três dias. O objetivo oficial foi participar de encontro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Na sexta-feira (16), ele se encontrou com o presidente angolano, João Lourenço.
“Por orientação do PR [presidente da República], conversei com o presidente angolano”, disse ao Estadão, referindo-se ao caso da Universal. “A diplomacia está buscando uma forma de fazer com que as partes se entendam.”
Leia mais
Os problemas enfrentados pela Universal em Angola não têm relação direta com o governo brasileiro.
Mas as últimas pesquisas indicam que Bolsonaro perdeu espaço entre os eleitores evangélicos e resolver essa crise seria um passo para reconquistar essa parcela da população.
Crise começou em 2019
A situação da Universal em Angola vem desde 2019, quando membros da igreja no país divulgaram um manifesto no qual acusam a gestão brasileira de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e racismo.
Ainda em 2019, Angola ordenou o fechamento de templos da igreja no país. A Universal foi acusada de atos ilegais, entre eles fraude fiscal e exportação ilícita de capitais. Neste ano, o governo angolano determinou a deportação de 34 missionários brasileiros.
Depois do encontro com Lourenço, Mourão disse à agência Lusa, de Portugal, que “a questão da Igreja Universal afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido, o Republicanos, que representa o pessoal da igreja”.
“O governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se esfrie as diferenças que ocorreram.”
Leia mais no Poder360
Foto: Divulgação