Um rastro de sangue, incompetência e corrupção
A ditadura militar no Brasil trouxe inflação, corrupção e repressão, marcando uma era de violência e retrocessos.

Diamantino Junior, por Lúcio Carril*
Publicado em: 31/03/2025 às 19:12 | Atualizado em: 01/04/2025 às 11:14
Por Lúcio Carril*
A extrema direita no Brasil se divide em dois segmentos fundamentais.
Tem uma massa de ignorantes, que não sabe o que é uma ditadura, e uma turba de malfeitores, que sabe o que foi a ditadura militar e vê nela possibilidade de eliminação do outro e de ganhos desonestos sem punição.
Vejamos os indicadores que mostram a tragédia política, social e econômica da ditadura militar no Brasil.
Em 1984, a inflação era de 223%.
A dívida externa saltou de 3,6 bilhões de reais em 1964 para 93 bilhões em 1984.
O analfabetismo entre pessoas de 10 a 14 anos era de 19% em 1983.
A educação e a cultura eram engessadas pela famigerada Lei de Segurança Nacional, levando o ensino a um processo cruel de distanciamento da realidade e as escolas, ao sucateamento.
A corrupção aumentou e escândalos, como o da Coroa-Brastel e da Transamazônica, se tornaram conhecidos da população, mesmo com a imprensa censurada.
Não menos escandalosos foram os atentados terroristas no Riocentro e na sede da OAB, matando dona Lídia, servidora da instituição, e os militares terroristas.
Centenas de brasileiros foram torturados, mortos e sequelados nos porões da ditadura.
Figuras como Brilhante Ustra, herói do traste inelegível, empregavam os métodos mais cruéis de tortura, massacrando mulheres e até mesmo crianças.
Em resumo: só uma mente perversa, que odeia o Brasil e a democracia, é capaz de defender um período tão trágico e desumano.
Aproveito para dizer que nada justifica o apoio ou a defesa da ditadura militar. Nem mesmo os ignorantes de plantão têm esse direito.
Negar a tortura e os crimes militares é tão nefasto quanto os atos em si.
Ignorância não pode ser sinônimo de perversidade.
*O autor é sociólogo.
Foto: Gilmal/especial para o BNC Amazonas