Apib repudia fala de Bolsonaro em 2016 sobre canibalismo 

Caso foi julgado hoje no TSE e, por unanimidade, o vídeo foi derrubado da campanha do ex-presidente Lula

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Publicado em: 13/10/2022 às 21:49 | Atualizado em: 13/10/2022 às 21:51

A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) repudiou trecho de entrevista de 2016 do presidente Jair Bolsonaro (PL) na qual dizia que “comeria índio sem problema nenhum”. Bolsonaro é candidato à reeleição.  

A fala foi usada na campanha eleitoral do ex-presidente Lula (PT), candidato à presidência da República, no entanto, a Justiça Eleitoral vetou o vídeo. 

Por causa da decisão unânime do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Apib ingressou com uma representação junto à corte. 

A entidade classificou a fala do político como “ofensiva” e “mentirosa”, conforme o texto de Beatriz Borges, jornalista do UOL.  

Na gravação, divulgada pela campanha petista, Bolsonaro concede entrevista ao The New York Times, em 2016, e diz que “comeria um índio sem problema nenhum”, e que só não se alimentou de carne indígena porque seus colegas de viagem não quiseram acompanhá-lo.  

No vídeo divulgado, segundo o documento da Apib, Bolsonaro afirmou que teria presenciado uma cerimônia indígena de canibalismo em uma aldeia do Povo Yanomami e declarou à época que “queria ver o índio sendo cozinhado”. “Daí o cara: se for, eu tenho que comer. Eu como. Aí na comitiva ninguém quis ir”, completou.

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Aprovação unânime

Nesta quinta-feira (13), ocorreu o julgamento da decisão do ministro do TSE Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, que barrou a veiculação do referido vídeo pela campanha petista a pedido do presidente e alegou que o PT tentava associar Bolsonaro ao canibalismo, com “alteração sensível do sentido original” da fala do presidente.

Durante a sessão de hoje, Sanseverino reforçou seus argumentos, e foi acompanhado de forma unânime pelos demais ministros, que não apresentaram votos próprios.

No documento, que foi obtido pelo UOL e encaminhado ao ministro relator do caso, a Apib oferece “opinião técnica” sobre a defesa de Bolsonaro ter pedido ao TSE a remoção da publicação do vídeo veiculado na campanha petista por conter desinformação e ser ofensivo à honra do candidato à reeleição. 

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil