Na Bahia, como no AM, candidato troca de cor para ter mais recurso
Até quarta-feira (14) ambos eram identificados como “pardos"

Publicado em: 16/09/2022 às 11:27 | Atualizado em: 16/09/2022 às 11:27
A mudança na declaração de raça e cor de candidatos tem se tornado algo recorrente nas eleições deste ano.
Assim como o caso de Eduardo Braga, no Amazonas, o ex-prefeito de Salvador e candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União Brasil) e sua vice Ana Coelho (Republicanos) receberam críticas pela autodeclaração de raça e cor nos registros de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral.
Até quarta-feira (14) ambos eram identificados como “pardos”.
A candidata a vice na chapa trocou a autodeclaração depois de Ação de Investigação Judicial Eleitoral impetrada no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.
O candidato a deputado federal Jorge X (Psol) disse que tanto Ana Coelho, como ACM, teriam cometido fraude para receber uma fatia maior do Fundo Eleitoral, já que candidatos negros podem usufruir de um fundo especial.
A defesa de Ana Coelho disse que houve um “equívoco” e já alterou a raça e cor no sistema do TSE. Sobre a acusação de abuso de poder econômico, a defesa disse que “não há sequer indícios da ocorrência de gastos exorbitantes em prol da candidatura dos investigados, nem mesmo prova de repercussão social.”
Em entrevista à TV Bahia na última segunda-feira (12), ACM Neto foi indagado sobre a autodeclaração. O jornalista Vanderson Nascimento, que é negro, perguntou se vale uma “reflexão” ao candidato, já que este não é lido socialmente como pardo. ACM irritou-se e associou sua raça ao povo da Bahia, que segundo ele “é muito misturado”.
NEGROS SÃO MAIORIA EM 2022
O percentual de candidaturas de pessoas negras nas eleições gerais de 2022 é a maior desde 2014, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Neste ano, 49,49% dos candidatos se declararam negros.
A autodeclaração de raça nos registros de candidaturas começou em 2014. Naquele ano, 44,24% dos postulantes se declararam negros. Na eleição geral seguinte, em 2018, esse número subiu para 46,5%. O resultado considera a soma de pretos e pardos.
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Foto: Divulgação/ União Brasil