Bolsonaro se enrola ao difamar adolescentes venezuelanas

Presidente segue na tentativa de minimizar os prejuízos à sua campanha de reeleição com um pedido de desculpas

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Publicado em: 18/10/2022 às 17:53 | Atualizado em: 18/10/2022 às 17:53

A cada nova declaração, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se enrola mais no caso da difamação feita contra mulheres venezuelanas que moram na comunidade de São Sebastião, em Brasília.

Desde que começou a péssima repercussão da entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro, na qual disse que “pintou um clima” quando ele avistou meninas de 14, 15 anos “arrumadinhas”, Bolsonaro só pensa em minimizar os prejuízos para sua campanha à reeleição.

Destacou a primeira-dama Michelle e a ex-ministra Damares Alves para tentar convencer as mulheres a participarem de seu programa eleitoral. A ideia era que as venezuelanas dissessem que houve um mal-entendido e que o caso estava encerrado. Elas, no entanto, se recusaram a fazer esse papel.

A alternativa do presidente foi gravar um vídeo ao lado de Michelle e de María Teresa Belandria, representante do ex-autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.

Em um dos momentos mais constrangedores da história política recente do Brasil, o presidente culpa “militantes de esquerda” por pressionar as venezuelanas, diz que suas palavras refletiram preocupação por uma suposta exploração de vulneráveis, mas não tomou qualquer providência para lhes dar apoio social depois da visita.

A seguir, Bolsonaro diz que Damares foi ao local e constatou que as mulheres são trabalhadoras. Emenda então um pedido de desculpas em que distorce a realidade: “Se as minhas palavras, que por má-fé foram tiradas de contexto, de alguma forma foram mal-entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas”.

Leia mais na coluna de Chico Alves no UOL

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Foto: Divulgação