Braga e ala do MDB pró-Lula silenciam na convenção de Simone
Nenhum dos caciques favoráveis a Lula disse qualquer coisa no evento

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 27/07/2022 às 21:37 | Atualizado em: 27/07/2022 às 21:53
O diretório nacional do MDB referendou nesta quarta-feira (27) o nome da senadora Simone Tebet (MS) como candidata a presidente da Republica nas eleições de 2022 por 262 votos a favor e apenas 9 contra.
No mesmo dia, a federação PSDB-Cidadania também oficializou a candidatura da emedebista só que dessa vez por unanimidade. As duas legendas vão indicar o nome do vice-presidente.
Acredita-se que os nove contrários na convenção do MDB tenham sido da ala do partido que é contra a candidatura de Simone Tebet e a favor da chapa Lula-Alckmin (PT e PSB).
Nas contas dos lulistas do MDB, pelo menos 12 estados já estariam nesse barco da esquerda, mas não foi o que se viu na contagem dos votos da convenção em favor de Simone Tebet.
De fato, as lideranças “de peso” do MDB, como os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM); os ex-senadores Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR) e o governador do Pará, Hélder Barbalho, que querem apoiar a candidatura Lula-Alckmin já no primeiro turno, não fizeram nenhum discurso durante toda a realização da convenção.
Nem mesmo os ex-presidentes da República Michel Temer e José Sarney.
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Havia indícios ainda que até o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), cotado para vice na chapa de Tebet, estaria nesse grupo, o que foi rechaçado pelo presidente nacional do partido.
Araújo descartou qualquer possibilidade de o PSDB vir a compor com a candidatura do ex-presidente Lula.
“Nosso partido sempre fez e fará oposição, em âmbito nacional, ao PT. Portanto, não há quer chance nesse sentido. Por outro lado, o senador Tasso, assim como qualquer outro membro do partido, não se nega a conversar com outras legendas partidárias”.
MDB nunca foi unânime
Questionado sobre a ala do MDB que quer apoiar Lula, o presidente nacional do PSDB lembrou o partido, ao qual os tucanos sempre tiveram ligados tanto nas gestões tucanas de Fernando Henrique, quanto na administração Temer, quase nunca tem unanimidade nas escolhas.
“Por uma fração de votos, por muito pouco, o MDB, em vez de ficar com o PSDB, foi apoiar a candidatura de Dilma Rousseff, do PT, em 2014. Mas, nesta convenção, em que estamos referendando o nome da senadora Simone Tebet, somos maioria, assim como o MDB”, disse Araújo.
Foto: Reprodução/ Instagram