Caciques do MDB, Roseana Sarney e Eunício Oliveira voltam ao Congresso
Outros nomes conhecidos que tentaram o retorno acabaram sendo derrotados e vão continuar fora de cargos eletivos

Publicado em: 03/10/2022 às 16:31 | Atualizado em: 03/10/2022 às 16:31
Figurões da política no Nordeste venceram as eleições e vão voltar ao Congresso Nacional em 2023. Outros nomes conhecidos que tentaram o retorno acabaram sendo derrotados e vão continuar fora de cargos eletivos
Entre os nomes que estão de volta, estão o do ex-senador Eunício Oliveira (MBD) e o da a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), eleitos deputados federais por Ceará e Maranhão, respectivamente. Ambos estavam sem cargos políticos após perderem as eleições em 2018.
Nesta eleição, nenhum dos dois ficou entre os três mais votados em seus estados — embora tenham obtido uma votação expressiva em seus colégios eleitorais.
Eunício teve 188.289 votos e foi o quarto deputado eleito com mais votos no Ceará. Ele volta à cena política após ter sido derrotado há quatro anos quando tentava a reeleição ao Senado. Ele era o presidente do Senado à época.
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O ex-senador comanda o MDB cearense e, apesar de ter defendido o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2018, foi um dos entusiastas da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência neste ano e apoiou o candidato vencedor ao governo no estado, Elmano de Freitas (PT).
Já Roseana Sarney era uma aposta para ser puxadora de votos no Maranhão, mas teve uma votação abaixo do esperado: 97.008 votos e uma modesta 11ª posição no ranking de candidatos a deputados federais.
A emedebista, filha do ex-presidente José Sarney, está fora de cargos desde 2014, quando renunciou ao mandato de governadora às vésperas de entregar o cargo.
A medida foi tomada para evitar passar a faixa para o seu principal opositor à época, Flávio Dino (PSB), que vencera a eleição pelo PC do B.
Naquele mesmo ano, ela anunciou que deixaria a política, mas não cumpriu a promessa: chegou a ser candidata ao governo do Maranhão, em 2018, e acabou derrotada ainda em primeiro turno para Flávio Dino, reeleito naquele ano.
Nesta eleição, as coisas mudaram: o MDB apoiou Dino para o Senado e a reeleição de Carlos Brandão (PSB) ao governo. Ambos venceram.
Outro nome que retorna à Câmara é o ex-ministro da Educação do governo Michel Temer, Mendonça Filho (União Brasil).
Ex-governador de Pernambuco, ele foi eleito deputado federal após perder a eleição para o Senado em 2018 e ficar sem mandato na Câmara.
Em 2020, Mendonça tentou ser prefeito do Recife, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Este ano teve 76.022 votos e foi eleito com a ajuda do coeficiente eleitoral.
Quem tentou voltar, mas saiu derrotado, foi o ex-senador Garibaldi Alves Filho (MDB), que concorreu à Câmara, mas foi derrotado no Rio Grande do Norte. Ele teve 92 mil votos e perdeu a vaga em razão da divisão de vagas.
Entretanto, a noite de domingo ainda foi de festa para a família porque o filho dele, Walter Alves (MDB), foi eleito como vice da governadora Fátima Bezerra, reeleita em primeiro turno.
Outra nordestina que não conseguiu a vaga, mas que desta vez concorreu pelo Rio de Janeiro, foi a ex-senadora Heloísa Helena (Rede), que teve 38.161 votos para Câmara dos Deputados.
Ela é alagoana e, antes de mudar de domicílio, tentou por duas vezes, sem sucesso, voltar a ser senadora. Em 2006, foi candidata à Presidência da República pelo PSOL e ficou na terceira colocação.
Leia mais na coluna de Carlos Madeiro no UOL
Foto: Agência Senado