Carol Braz se põe como renovação e aposta em gestão firme e sensível

Candidata ao governo do Amazonas apresenta um plano técnico, mas sensível e lembra que gestões femininas foram exemplos na pandemia

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 24/08/2022 às 10:57 | Atualizado em: 24/08/2022 às 11:07

Uma das duas mulheres a encabeçar chapa na disputa pelo Governo do Amazonas, Carol Braz (PDT) se define como desencantada com a política. Contudo, diz que resolveu colocar seu nome à disposição nesta eleição por apostar em renovação política no estado.

Ela concedeu entrevista ao BNC Amazonas neste dia 23, em Manaus.

Conforme afirmou, o Amazonas é carente de representatividade feminina.

“Decidi vir candidata para mostrar que é possível termos um governo técnico, com planejamento e, principalmente, sensível”.

Ex-secretária de Estado de Justiça do governo Wilson Lima (União Brasil), ex-juíza e defensora pública licenciada, Carol apresenta em seu plano de governo eixos com foco no social, sustentabilidade, economia e infraestrutura.

Ela promete industrialização no interior do estado, com geração de emprego não necessariamente pelas mãos do Estado. Porém, quer o governo no papel de facilitador e indutor, atraindo empresas para os municípios.

Ao mesmo, afirma a candidata, espaços hoje ocupados por traficantes e garimpeiros ilegais devem ser preenchidos pelo poder público.   

Outro ponto do seu projeto de governo nos setores de segurança pública e social é a ampliação do programa Ronda Maria da Penha para os municípios.

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Pandemia

A firmeza e sensibilidade de uma gestão feminina se revelou na pandemia do coronavírus (covid-19), afirmou Carol. Ela cita que dados internacionais apontam que governos liderados por mulheres responderam melhor no enfrentamento da doença.

“Temos estatísticas que demostram que governos femininos investem mais em saúde, educação e desenvolvimento social. Então, a gente percebe que são governos realmente mais preocupados com o ser humano. E para se preocupar com ser humano, precisam desenvolver a economia do país”.

Para a pedetista, hoje, tanto homens quanto mulheres pedem uma gestão feminina.

Casa da Mulher no papel

A ex-secretária de Justiça destaca como bom exemplo de gestão feminina a articulação que conduziu para conseguir verba federal de R$ 10 milhões para construir a Casa da Mulher Brasileira no Amazonas.

Conforme Carol, esse recurso é fruto de articulação junto ao governo federal, com apoio da bancada parlamentar no Congresso.

Porém, a casa não saiu do papel até hoje.

“Não foi construída essa casa, então isso também me motiva a ser governadora, para mostrar que comigo essa casa vai sair”.

Na pauta da mulher, segundo seu plano de governo, a ideia é trabalhar a prevenção da violência e criminalidade.

“Eu não quero só atender uma mulher depois que ela já foi vítima, depois que foi violentada”.

Política ambiental

Sobre o meio ambiente e proteção da floresta amazônica, Carol diz que buscaria parceria com o governo federal. Entretanto, ela crítica o esvaziamento pela gestão Bolsonaro dos principais órgãos fiscalizadores dos crimes ambientais na Amazônia, como Ibama e Funai.

“Precisa ter a parceria com o governo federal para fiscalizar as atividades ilegais, mas o estado precisa chegar aos municípios, garantindo alternativas de trabalho para que essa população não seja cooptada para uma atividade ilegal”.

Segundo a candidata, portanto, cabe ao governo estadual gerar oportunidades aos municípios, de acordo com a potencialidade de cada um.

BR-319 sai

A BR-319 vai ser concluída. Isso é o que diz Carol Braz em seu plano para ser governadora do Amazonas. E promete isso afastando um dos principais entraves para a a concessão do licenciamento de obras no coração da Amazônia: ouvir os tradicionais moradores do entorno dos quase 900 quilômetros entre os estados do Amazonas e Rondônia.

A candidata diz apostar que a estrada vai facilitar sobremaneira o setor primário, por exemplo, no escoamento da produção agropecuária.

“É importante dizer que, como somos uma via independente, a nossa candidatura não tem amarras com nenhum setor que possa ter interesse em que essa BR não saia”.

Carol e seu vice, o Engenheiro Machadão, que já trabalhou na obra da 319

Recursos naturais

Sobre a exploração de recursos naturais da Amazônia, Carol se diz favorável, com foco na população da região.

Segundo ela, o Amazonas exporta laranja e cupuaçu in natura, por exemplo, e a proposta é beneficiar o produto, “trazer valor agregado e esse valor ficar para o nosso povo. Porque a gente vende a matéria prima e depois compra o doce feito em outro local”.

De acordo com a candidata, não tem sentido haver população pobre quando o Amazonas é rico. “Isso precisa acabar com um governo que coloque o dinheiro no lugar certo”.

Em suma, Carol vê que o Amazonas hoje tem o maior índice de famílias pobres do país porque o governo não tem planejamento. “É preciso romper esse ciclo de atraso”.

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Plano oficial

Confira no link abaixo, na íntegra, o plano de governo que Carol Braz apresentou à Justiça eleitoral:

Fotos: BNC Amazonas