Dória não descarta diálogo aberto com Lula e PT

Pré-candidato à Presidência pelo PSDB afirma que o Brasil “está farto” de clima de guerra

doria, butantan, chines, vacina

Mariane Veiga

Publicado em: 28/04/2022 às 18:12 | Atualizado em: 28/04/2022 às 18:17

O ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Dória, afirmou nesta quinta-feira (28) que o Brasil “está farto” de “guerra e conflito” e admitiu estar aberto ao diálogo com o ex-presidente Lula da Silva e o PT, mesmo mantendo posições antagônicas em relação às políticas defendidas pela esquerda.

A declaração foi feita durante sabatina promovida pelo portal UOL em parceria com a Folha de S.Paulo, um dia depois de Doria afirmar ao jornal Valor Econômico que respeitava Lula, a quem já fez duras críticas no passado.

Na entrevista ao jornal, o ex-governador disse que o petista e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), não são parecidos.

“O Lula não é Bolsonaro, o Lula é inteligente e tem passado. Eu tenho posições diferentes das dele, mas tenho respeito por ele. Já Bolsonaro não merece o meu respeito. Eu sou um liberal social”, afirmou ao jornal.

Leia mais

No cenário de segundo turno, Bolsonaro só ganha de João Dória

 Aproximações

Nesta quinta-feira, o tucano voltou a falar sobre uma possível aproximação com o petista, mas destacou que um diálogo com a direita ― e inclusive com Bolsonaro, caso o presidente mude algumas posições ― também seria possível.

“Tenho posições muito distintas em relação ao PT, mas isso não me impede de manter relação respeitosa com seus líderes. Aliás, eu tenho vários amigos que estão no PT, que estão no PL, partido do presidente Bolsonaro, com os quais me relaciono e dialogo. A boa educação e a civilidade devem ser preservadas. Só não existe em regimes e em pessoas autoritárias”, afirmou.

Dória tem criticado o que chama de clima de guerra no país. “Não estabelecer guerra e conflito, o Brasil está farto disso, precisa de calma, paz e harmonia para poder, com o diálogo, sobretudo após as eleições presidenciais, construir um novo país. O Brasil andou para trás fortemente”, disse.

De acordo com ele, embora esteja “no horizonte” manter o diálogo aberto com a esquerda, uma aproximação ainda no primeiro turno, “do ponto de vista eleitoral”, não deverá acontecer.

Questionado se também conversaria com Bolsonaro, o ex-governador paulista disse que o diálogo, neste momento, é “difícil”. Ele afirmou que não votaria no presidente, num eventual segundo turno em outubro.

Leia mais na CNN.

Foto: Divulgação