Três estados do Norte podem decidir governador no primeiro turno

No Brasil, para ser eleito no 1º turno, o candidato precisa receber 50% mais 1 dos votos válidos, pelo menos

Publicado em: 29/08/2022 às 14:16 | Atualizado em: 29/08/2022 às 14:16

Levantamento do Metrópoles com base nas pesquisas eleitorais mais recentes para os governos estaduais mostra que 12 candidatos podem vencer a disputa já em 2 de outubro.

No Brasil, para ser eleito no 1º turno, o candidato precisa receber 50% mais 1 dos votos válidos, pelo menos. Ou seja, o vencedor precisa ter mais votos do que todos os adversários somados. O cálculo não considera os votos em branco ou nulos.

Embora as pesquisas indiquem os candidatos que já estão na frente em seus estados, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda tem até o dia 12 de setembro para julgar as candidaturas.

Leia mais

Lula vence no 1º turno na primeira pesquisa eleitoral de 2022

Portanto, se algum deles tiver alguma pendência com a Justiça Eleitoral, pode ter o pedido de registro indeferido. Com isso, o cenário eleitoral será totalmente modificado.

A seguir, os estados nos quais há postulantes a governador com intenção de voto para vencer a disputa já no 1° turno:

Bahia: ACM Neto (União Brasil)

Distrito Federal: Ibaneis Rocha (MDB)

Espírito Santo: Renato Casagrande (PSB)

Goiás: Ronaldo Caiado (União Brasil)

Mato Grosso: Mauro Mendes (União Brasil)

Minas Gerais: Romeu Zema (Novo)

Pará: Helder Barbalho (MDB)

Paraná: Ratinho Jr. (PSD)

Piaui: Silvio Mendes (União Brasil)

Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra (PT)

Roraima: Teresa Surita (MDB)

Tocantins: Wanderlei Barbosa (Republicanos)

Região Norte

Na região Norte, pelo menos três estados têm chance de ter a eleição resolvida já em um primeiro turno: Pará, Roraima e Tocantins.

Neles, Helder Barbalho (MDB), Wanderlei Barbosa (Republicanos) e Teresa Surita (MDB) colecionam bons índices de aprovação.

“Cenário muito prematuro”

Para o cientista político Paulo Loiola, o resultado retratado pelas pesquisas para os governos locais aponta um “cenário eleitoral muito prematuro”.

“A campanha de 2022 está muito marcada pela disputa presidencial, o grosso das atenções está virado para essa disputa entre Lula e Bolsonaro. Por conta disso, a tomada de decisão do voto para governador ocorrerá um pouco mais pra frente, mesma coisa com Senado e para as cadeiras de deputados federais e estaduais”, avalia o estrategista político da Baselab.

Loiola também defende que as campanhas dos candidatos ao Executivo estadual “ainda estão muito frias”.

“Temos pouca movimentação nas ruas, as agendas ainda estão sendo construídas, uma vez que essas campanhas estão começando muito impactadas pela questão federal, o que atrasa o planejamento das demais. Com isso, são favorecidos aqueles que já são conhecidos do eleitorado”, explica.

O especialista destaca a falta de convicção do eleitorado em relação ao voto para governador. “Ainda se tem uma enormidade de pessoas que não definiram seus votos.

Por exemplo, enquanto os candidatos a presidência tem 80% do voto consolidado, para governador esse percentual é bem menor. Você tem estados onde, supostamente, a coisa está resolvida em primeiro turno, considerando a estimulada, mas na espontânea, apenas 30% das pessoas sabem em quem vão votar”, completa.

Já o professor de Ciências Políticas do Ibmec Brasília, Rodolfo Tamanaha, considera que os governadores que estão no poder e tentam uma reeleição “são beneficiados pela gestão”, uma vez que têm nas mãos o poder de persuasão às vésperas do pleito.

“A força de quem está a frente da gestão administrativa do estado, é um elemento que faz toda a diferença, ainda mais considerando que boa parte da população vive em uma situação mais difícil e mais carente – pessoas que acabam tendo uma visão de curto prazo e imediatista. O governante, sabendo disso e da proximidade do período eleitoral, adota algumas medidas nessa região, que possam influenciar positivamente a opinião dos eleitores”, explica Tamanaha.

O especialista ainda pontua que o fator “pandemia” também pode ter “favorecido” esses gestores, no aspecto da conduta frente à União. Tanto no aspecto ideológico, quanto no orçamentário.

“Houve um período de tensão do governo com a União, mas no final das contas houve uma transferência de recursos bastante consistente. Então, os governadores passaram a ter recursos para fazer frente, inclusive a questões relacionadas à população desempregada, que precisa de benefícios sociais ou algum tipo de apoio que o governo pode dar”, explica o professor.

Leia mais no Metrópoles

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil