Apoiadores de Lula no Rio sofrem ameaça do Planalto, diz partido

O pedido de neutralidade para prefeitos da Baixada é a mesma estratégia utilizada nas conversas com lideranças evangélicas

Publicado em: 11/10/2022 Ă s 17:19 | Atualizado em: 11/10/2022 Ă s 17:19

Depois de anunciar com estardalhaço o apoio de Waguinho (UniĂ£o Brasil), prefeito de Belford Roxo, o PT mudou de estratĂ©gia e nĂ£o vai mais divulgar quem estĂ¡ com Lula no segundo turno. O presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, AndrĂ© Ceciliano, explica o motivo:

“O que a gente viu com Waguinho? Começam as ameaças, as insinuações, o contravapor. Foram ameaçar secretĂ¡rios, veio delegado da PolĂ­cia Federal para jogar piada, dizer que ia fazer operaĂ§Ă£o, que ia prender. O prĂ³prio Waguinho recebeu ligações de BrasĂ­lia. EntĂ£o, a gente preferiu fazer conversas isoladas sem alarde, como estou fazendo, inclusive com prefeitos que sĂ£o aliados do Bolsonaro. Estamos pedindo neutralidade. JĂ¡ conversei com todos os prefeitos da Baixada. Mas tudo no sapatinho”.

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A campanha de Lula nĂ£o tem um coordenador no estado Rio. Os municĂ­pios foram divididos por zonas de influĂªncia e Ceciliano ficou justamente com a Baixada, onde o candidato do PT perdeu nos 11 municĂ­pios. Inclusive em Belford Roxo, de Waguinho, que representa 2,6% de eleitores do estado. Lula teve 39% dos votos na cidade e Bolsonaro, 55%.

Desde o primeiro momento, Ceciliano atribuiu a derrota na Baixada a uma mudança de postura das igrejas evangĂ©licas, que colocaram obreiros para fazer campanha de porta em porta, inclusive boca de urna. Como a versĂ£o poderia ser “choro de perdedor”, o blog foi checar a versĂ£o com a campanha vitoriosa de Castro, que confirmou a participaĂ§Ă£o dos evangĂ©licos na campanha da porta para fora da igreja, com obreiros panfletando na rua.

O pedido de neutralidade para prefeitos da Baixada é a mesma estratégia utilizada nas conversas com lideranças evangélicas.

A campanha de Lula no Rio estĂ¡ fazendo um esforço ativo para fazer com que lideranças que apoiaram Bolsonaro no primeiro turno “tirem o pĂ©” agora no segundo turno.

Um dos polĂ­ticos que fazem parte da coordenaĂ§Ă£o mĂºltipla da campanha de Lula no Rio afirmou jĂ¡ ter se reunido com lideranças evangĂ©licas importantes e arrancado, com sucesso, uma postura mais neutra.

“Estamos sendo sinceros e sensatos para com esses nomes. Eles mesmos tĂªm de ter um pragmatismo e nĂ£o apostarem tudo em Bolsonaro. O primeiro turno jĂ¡ passou. JĂ¡ conseguiram se eleger e eleger os nomes que queriam. Agora, nĂ£o Ă© nem apoiar Lula. Basta nĂ£o fazerem campanha enfĂ¡tica para Bolsonaro”, disse.

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Foto: reproduĂ§Ă£o