Pedida proteĂ§Ă£o internacional para juĂ­zes e mesĂ¡rios da eleiĂ§Ă£o no Brasil

PaĂ­s nunca viveu tal situaĂ§Ă£o na sua histĂ³ria

Publicado em: 25/08/2022 Ă s 17:01 | Atualizado em: 25/08/2022 Ă s 17:01

Um pedido de proteĂ§Ă£o internacional foi solicitado para juĂ­zes eleitorais, mesĂ¡rios e outros grupos expostos Ă  violĂªncia polĂ­tica nas eleições presidenciais brasileiras de outubro.

Numa iniciativa sem precedentes, entidades da sociedade civil e juristas realizaram o ato a ComissĂ£o Interamericana de Direitos Humanos.

O tema foi alvo de uma reuniĂ£o na quarta-feira entre representantes da sociedade civil e a presidĂªncia da ComissĂ£o Interamericana. O evento contou com entidades como o Washington Brazil Office, ComissĂ£o Arns de Direitos Humanos, AssociaĂ§Ă£o Brasileira de Juristas pela Democracia, ObservatĂ³rio para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil e AssociaĂ§Ă£o dos JuĂ­zes pela Democracia.

O pedido ainda ocorre no mesmo momento em que a alta comissĂ¡ria da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, declarou sua preocupaĂ§Ă£o em relaĂ§Ă£o ao discurso de Ă³dio por parte de Jair Bolsonaro e diante do risco de violĂªncia durante a eleiĂ§Ă£o.

JĂ¡ no encontro com a ComissĂ£o, os membros do Ă³rgĂ£o internacional foram informados sobre a situaĂ§Ă£o de risco que algumas categorias de pessoas envolvidas no processo eleitoral.

“NĂ³s temos a preocupaĂ§Ă£o de que mesĂ¡rios possam sofrer algum tipo de violĂªncia, em zonas eleitorais, e nĂ³s nĂ£o sabemos se as forças policiais e as Forças Armadas se colocarĂ£o ao lado da democracia ou ao lado do discurso de fraude, caso o presidente Bolsonaro perca a eleiĂ§Ă£o”, disse aos membros da ComissĂ£o a constitucionalista EstefĂ¢nia Barboza, do ObservatĂ³rio para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil.

Ela ainda destacou “os ataques ao Poder JudiciĂ¡rio brasileiro, especificamente ao Supremo Tribunal Federal e, mais recentemente, contra a Justiça Eleitoral”. De acordo com ela, esses ataques constituem “uma tĂ¡tica dos novos lĂ­deres autoritĂ¡rios, que buscam fragilizar o Poder JudiciĂ¡rio”.

Claudia Maria Dadico, da AJD (AssociaĂ§Ă£o dos JuĂ­zes pela Democracia), classificou a situaĂ§Ă£o no perĂ­odo eleitoral brasileiro como “gravĂ­ssima” e manifestou preocupaĂ§Ă£o “com a segurança fĂ­sica dos juĂ­zes que atuarĂ£o no Ă¢mbito eleitoral”.

Para ela, “nĂ£o hĂ¡ garantias em relaĂ§Ă£o ao comportamento das forças de segurança porque muitos de seus membros estĂ£o cooptados pelo bolsonarismo”.

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Foto: Marcelo Camargo/AgĂªncia Brasil