Agora que pode ser punido, será que Bolsonaro ainda atacará urnas?

O presidente tem repetido, sem apresentar provas, suspeitas já desmentidas sobre o sistema eleitoral brasileiro

Ferreira Gabriel

Publicado em: 25/07/2022 às 12:19 | Atualizado em: 25/07/2022 às 12:19

Candidato oficial a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro corre risco de punição eleitoral caso faça novos ataques às urnas eletrônicas.

Quem diz isso são procuradores eleitorais e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo G1.

Eles entendem que Bolsonaro agora fica sujeito a multas, perda de tempo de TV e até, em último caso, à cassação do registro da candidatura.

O presidente tem repetido, sem apresentar provas, suspeitas já desmentidas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Na semana passada, num gesto que repercutiu muito mal entre políticos e juristas, ele reuniu embaixadores estrangeiros para disseminar ataques sem fundamento.

Antes de Bolsonaro ser confirmado como o candidato do PL, havia uma divergência entre procuradores e ministros do STF sobre que tipo de sanção o presidente poderia sofrer. Uma ala do mundo jurídico entendia que punições não se aplicariam a um pré-candidato.

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Discurso adaptado ao novo momento

Durante a convenção do PL neste domingo (24), Bolsonaro voltou a criticar ministros do STF, mas desta vez sem citá-los nominalmente.

Ele disse que os “surdos de capa preta” precisam ouvir o povo e jogar dentro das quatro linhas. Desta vez, Bolsonaro evitou fazer ataques diretos às urnas eletrônicas.

Para um ministro do STF, o presidente já fez um discurso adaptado à nova realidade, no momento em que ele deixa de ser pré-candidato e passa à condição de candidato à reeleição.

Outro ministro disse que já esperava as críticas ao Supremo, já que a plateia era totalmente bolsonarista e endossa o discurso do presidente de que a Corte não lhe deixa trabalhar.

Num levantamento feito por assessores de ministros do STF, a Suprema Corte brasileira tomou 21 decisões que para determinar que o governo Bolsonaro seguisse a Constituição.

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Foto: Divulgação