Sem partido, sem prefeitura, Menezes agora fica sem Bolsonaro
É bíblico: quem planta vento, colhe tempestade. Dessa vez, Bolsonaro tirou da foto seu compadre Menezes

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas
Publicado em: 20/03/2024 às 04:31 | Atualizado em: 20/03/2024 às 04:31
Político que esnobou aliados, esbanjando exibições de proximidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o coronel da reserva Alfredo Menezes experimenta agora o outro lado da moeda do jogo de poder. Dessa vez, o desprezo.
Para começar, ele ficou sem partido. Ele queria ser candidato a prefeito pelo PL, legenda do ex-presidente.
No entanto, o compadre de Bolsonaro esbarrou em Alfredo Nascimento, presidente regional da sigla.
Nascimento, por sua vez, flertou com o prefeito David Almeida (Avante), político tratado com desdém por Menezes, que poderia, se quisesse, ajudar a gestão municipal.
Não o fez e ainda foi acusado por David de tentar tirar verbas federais da capital.
David poderia ajudar Menezes em sua candidatura ao Senado, em 2022. Apoiou Omar Aziz (PSD), reeleito.
O namoro do prefeito com o PL não deu certo para David. Mas também não deu para Menezes.
Nesta terça-feira, 19, Menezes sentiu um novo “chega pra lá”. Desse vez, do próprio Bolsonaro.
O ex-presidente fez foto e gravou vídeo para declarar apoio à candidatura do Capitão Alberto Neto (PL) à sucessão de David Almeida.
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A novidade é que Menezes, que costumava grudar no ex-presidente, quando este falava de Manaus, ficou fora da foto e do vídeo.
Ainda sem partido, o horizonte que se mostra para o coronel vai se fechando.
Para quem recebeu quase 40% de votos na eleição passada, sendo mais de meio milhão de votos na capital (51%), parece inacreditável.
Talvez esse seja o caso de uma confirmação bíblica. Essa encontra-se no livro de Oséias: “Quem planta vendo, colhe tempestade”.
Arte: Gilmal