Por Rosiene Carvalho , da Redação
O governador Amazonino Mendes (PDT), atração principal da noite de homenagem aos 40 anos de vida pública de Arthur Virgílio Neto (PSDB), declarou que o tucano é um dos maiores políticos do País e que, num ato de civismo sem conotação eleitoral, foi até o local bater continência ao prefeito.
No discurso, Amazonino foi altamente gentil e amoroso com Arthur Neto, mas, alegando cansaço, se retirou do evento antes mesmo da fala do anfitrião, o que causou constrangimento e uma diminuição do número de pessoas presentes no evento.
Amazonino, apesar de ser afagado por Alfredo com um gesto de reconhecimento de que devia a ele a carreira política, não deu qualquer palavra mais carinhosa aos dois pré-candidatos ao Senado, presentes no evento.
Na construção do palanque de Amazonino, dois nomes figuram como pré-candidatos ao Senado: o delegado federal Wesley Aguiar (PDT), para quem Amazonino já gravou vídeo em apoio; e a ex- deputada federal Rebecca Garcia (PP), com quem o governador já circulou no interior e entregou a filiação de três aliados em março.
Apesar da grande concentração de deputados governistas e secretários de governo na comitiva do governador no ato de homenagem a Arthur, Wesley e Rebecca estavam ausentes.
Espera e cansaço
O governador chegou antes do prefeito ao local em que a homenagem ocorreu, na Ponta Negra. Esperou na frente, sorridente e posando para fotos com quem pedia por cerca de 25 minutos.
Entrou no local aos cuidados dos funcionários da Casa Civil do estado e até secretários que tentavam minimizar os efeitos do empurra-empurra de cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas sobre o grupo até a chegada ao palco.
No meio do caminho, Arthur e Amazonino, juntos, pararam para dar entrevista por cerca de dez minutos. Questionado sobre aliança para 2018, o governador declarou sorrindo: “Uma aliança seria extremamente honrosa. Mas a nossa preocupação, garanto que a do Arthur e a minha, é Manaus”, disse.
Ao entrarem no auditório, a presença de Amazonino ao lado de Arthur foi anunciada com entusiasmo pelo apresentador, que enaltecia o governador apesar dos demais políticos que entravam ao lado dos dois. O apresentador puxou até antigos hits de campanha de Amazonino como “O negão voltou”.
Sem cadeiras no palco, Amazonino ficou cerca de uma hora em pé, até que a palavra foi dada a ele.
No discurso, foi extremamente cortês e gentil com Artur, chegando a dizer que comparecia ao evento “genuflexo” (ajoelhado) para “bater continência” ao prefeito. Amazonino disse que apreciava a “linda caminhada” de Arthur na vida pública.
“Seria estranho pensar que eu estaria numa homenagem ao Arhur, em função das várias refregas que tivemos ao longo da vida política. Vim aqui genuflexo bater continência para os 40 anos de vida pública de Arthur. É um ato, repito eu, sobretudo, de civismo. Isso que eu gostaria que campeasse no coração e nas mentes das pessoas. Não importa se o Arthur é um político que foi a favor ou contra… não importa. O que importa é o fato. Qual o fato? Arthur é um dos maiores políticos brasileiros”, disse Amazonino.
Amazonino pede para sair
Sem nenhum gesto mais simpático a Alfredo Nascimento e Parderney Avelino, pré-candidatos ao Senado e lideranças regionais do PR e DEM, respectivamente, Amazonino mais uma vez usando de extrema simpatia com o tucano pediu licença de Arthur Neto para deixar o evento.
“Vou pedir a todos que me dêem uma alforria. Vou pedir com muita reverência e muito respeito ao Arthur. Porque ele já me castigou uma hora e meia (risos) Fica aqui minha alma admirando este homem e comemorando a data e eu saio porque o velho precisa dormir, ok?”, brincou.
Arthur Neto, embora surpreso, assentiu com a cabeça. Ambos se abraçaram e Amazonino sorrindo comentou: “Olha aí, ele é generoso comigo”, disse e se retirou do local.
Até chegar ao carro Amazonino foi parado algumas vezes para fotos e selfies. O governador transpirava muito e aparentava cansaço, mas posou e cumprimentou a todos que o procuraram no percurso.
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