Nem Bolsonaro, nem Haddad. Arthur anula voto para presidente

O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), anulou seu voto para presidente da República neste segundo turno.

“Um candidato tem uma visão muito autoritária sobre o País. O outro candidato é sobretudo o candidato de alguém que é um presidiário”, justificou o prefeito, que no primeiro turno declarou voto em Marina Silva (Rede).

Arthur votou acompanhado da primeira-dama, Elisabeth Valeiko do Carmo Ribeiro, e da deputada federal Conceição Sampaio (PSDB), por volta das 10h30, na Escola Estadual Dom Pedro, Centro, neste domingo, dia 28.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) lidera as pesquisas eleitorais contra Fernando Haddad (PT) na disputa pela Presidência da República.

O prefeito disse que até tem “simpatias pessoais, sou amigo do candidato Haddad, mas como ele fez campanha sempre remetendo ao fato daquilo que já fizeram, ia voltar o bom tempo, ia voltar isso, ia voltar aquilo, ele refugou meu voto”.

Arthur também disse que é a segunda vez que anula o voto para presidente.

“Em 1970, eu era um garoto e vi que havia uma fraude montada pela ditadura nas eleições. Resolvi não compactuar e votar nulo. Agora, tempos depois, quando tinha tudo para escolher alguém, o mais equilibrado, ou que fosse o menos pior, eu não estou conseguindo”, lembrou.

 Democrata x autocrata

Questionado sobre a possível eleição de Bolsonaro, tal como apontam as pesquisas, o prefeito disse que seu relacionamento institucional dependerá do modo de governar do novo presidente.

“Se ele se portar como um democrata, o relacionamento será ótimo. Se ele se portar como alguém autocrata e autoritário, o relacionamento será péssimo, porque a mãe de todas as minhas ideias é a democracia e eu não arredo disso. Enfrentei a ditadura como estudante e como parlamentar, e enfrento qualquer situação que signifique ameaça à democracia em qualquer idade, qualquer tempo, com mandato e sem mandato”, encerrou.

Foto: Reprodução/BNC