Por Rosiene Carvalho , da Redação
A postura e como vai ser comportar o pré-candidato ao Governo do PSB, David Almeida, em relação ao ex-presidente e pré-candidato do PT à Presidência, Lula, são as maiores polêmicas para a consolidação e anúncio oficial da aliança entre o PSB e o PT no Amazonas. O apoio do PT ao PSB no Amazoonas dá à candidatura de David Almeida fôlego para encarar os adversários.
Na convenção do PSB-AM, nesta sexta-feira, dia 3, que confirmou David Almeida como candidato ao governo, nenhum representante do PT-AM compareceu.
Questionado sobre a opinião dele a respeito da condenação de Lula e da possibilidade de voto no candidato do PT na convenção do PSB-AM, David Almeida tergiversou na resposta, evitando ataques e defesas ao projeto principal do PT em todo País: expor que houve injustiça na condenação do líder petista e levar às últimas consequências a candidatura do ex-presidente.
“Isso é uma questão nacional. Isso é uma questão de justiça. Ele está cumprindo uma determinação da justiça que está sendo questionada nas instâncias devidas. E essa é uma questão que fica para frente”, respondeu David Almeida.
Na sequência, o pré-candidato disse que o papel do PSB-AM naquela convenção não era abordar o assunto Lula e sim “firmar uma posição e marchar em torno de um projeto de mudança para o Estado do Amazonas”.
“Estamos preocupados com o Brasil, com tudo. Acreditamos que no Estado do Amazonas estamos trabalhando para buscar soluções aos problemas”, disse.
A defesa de Lula e a leitura que ele sofre injustiça é clara dentro do PT e, no Amazonas, os dirigentes petistas, em reunião na última quarta-feira, dia 1º, em resolução sobre a orientação nacional de aliança com o PSB exigem que o candidato ao governo que a sigla apoiar deve se posicionar a favor de Lula.
Na coletiva, David foi questionado se ele ainda não havia avaliado essa imposição do PT-AM. O candidato respondeu que não houve cobrança direcionada a ele e que nada do que foi discutido na reunião do PT foi debatido em conversa com o PSB-AM.
O candidato do PSB no Amazonas afirmou que “essas pontuações” serão avaliadas com “conversas pessoais” para defirnir “termos” da aliança.
“Essa cobrança não foi feita a mim. Até por isso, estamos aguardando no domingo essa convenção do PT para poder discutirmos os termos. O que você está dizendo, você leu na resolução e ainda não foi conversado conosco. Sobre hipóteses, pessoalmente nós vamos conversar sobre essas questões, essas pontuações”, declarou.
Resistências
Não é só no Amazonas que a mistura PT e PSB está sendo feita sem liga. A união PSB e PT, anunciada após reunião da executiva nacional do PT na quarta-feira causou conflitos e polêmicas em vários diretórios atingidos pelo acordo nacional.
Em Pernambuco, onde o estado é governador por Paulo Câmara do PSB, que tem sob o comando dele um terço dos delegados da sigla, o PT aceitou retirar a candidatura da vereadora Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, histórico político do PSB.
O nome dela representa riscos à reeleição de Paulo Câmara. A direção regional do PT não acatou a orientação nacional. Em reunião, aprovou o nome de Marília ao governo e comparece à convenção do PT, neste sábado, para defender que “os sonhos da população de Pernambuco” não sejam negociados e a esquerda não se una por “chantagens”.
Em Minas Gerais, mais confusão. O diretório estadual do PSB teve que ser destituído para impedir que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, mantenha candidatura ao governo, o que atrapalha os planos de reeleição do petista Fernando Pimentel.
Lacerda reagiu que vai lutar para manter sua candidatura e disse, ao jornal O GLOBO, que a manobra demonstra que os partidos não estão “de fato” representando a sociedade e sim servido de máquinas de preservação do poder. “O sistema precisa mudar”, disse ao jornal.
A coluna Painel da Folha de São Paulo deste sábado indica que o candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, que terá o maior tempo de TV, comemorou a união PT e PSB em função do isolamento imposto ao outro candidato de esquerda Ciro Gomes (PDT). Ciro é o nome que, sem Lula, aparece na frente de Alckmin na disputa.
Foto: Divulgação
VIDEO